Carmen e Carmencita, as ciganitas
No imenso, belo e florido campo,
Carmen está sentada,
enquanto á sua frente e em pé,
encontra-se a pequenina Carmencita.
A união de duas gerações,
o presente e o futuro,
trocam olhares e energia.
Carmencita quer ir brincar,
por entre as flores correr até se cansar.
Ela é uma linda ciganita,
de apenas três anos,
com seus longos e pretos cabelos,
divididos entre duas tranças.
Carmen a olha com carinho,
e tranquilamente diz:
- Filhinha, deves aqui ficar.
- Veja as nuvens escuras.
- Logo choverá, é perigoso ir para lá.
Carmencita fica emburrada,
cruzando os bracinhos,
pois assim não poderá se divertir.
- Mamãe, deixe eu ir. - diz ela contrariada.
Carmen responde-lhe:
- Filha está vendo aquelas árvores ali á frente?
- Sim mamãe.
- Aquela maior sou eu. - diz Carmen.
- E a pequena? - diz Carmencita.
- É você querida. - diz Carmen.
- O dever da árvore grande é proteger a pequena árvore. - diz Carmen.
- Por que? - indaga Carmencita.
- Porque ela conhece os mistérios da natureza, mais do que a menor.
Carmencita olha para a mãe, e para a árvore menor.
- Mamãe, se chover você vai me proteger?
- Claro filhinha!
Carmencita corre para o campo florido e Carmen a pega pelo braço.
- Venha amada, vamos esperar o sol voltar.
- Contarei estórias de nosso povo para você, até a chuva passar.
- Aqui estamos bem guardadas, e nada de mal nos acontecerá.
- Sabe as nuvens escuras do céu?
- Sim mamãe.
- Elas dão medo a todos, então devemos a respeitar.
- Por que?
- Porque com a natureza não se pode brincar. - enfatiza categoricamente Carmen.
Carmencita olha a mãe com carinho e diz:
- Mamãe conta estórias bonitas para mim?
- Claro filhinha!
Então Carmen relata detalhadamente velhos contos, e lindas estórias do seu amado povo, até que o sol brilhe novamente.
E nesse momento de pura sabedoria e magia, se fortaleceram os laços de cumplicidade e amizade, existentes entre o que há de mais valioso
para os ciganos: a família.
Kunti