Uma família feliz
Era uma vez um pescador que vivia perto da foz do rio Amazonas, na periferia de Macapá e, que numa manhã de nevoeiro, encontrou uma sereia escondida entre dois barcos de pesca abandonados, transida de frio e esfomeada.
Decidido a ajudá-la, até que ela pudesse recuperar forças e regressar ao seu habitat, o pescador levou-a para sua casa. Apesar de ser um homem de poucas posses, pois vivia apenas da pesca, Araí tratou-a com todo o desvelo: serviu-lhe boa comida e aconchegou-a junto a uma fogueira de chama pouco viva, mas retemperadora, o que permitiu que, em duas semanas a sereia se sentisse capaz de regressar a casa, algures no Oceano Atlântico.
Aproximou-se o dia da sua partida e Araí, que era solteiro e bom rapaz, porque se tinha apaixonado, perdidamente, pela sereia de seu nome Jandira, implorou-lhe que não partisse, propondo-lhe que ficassem a viver juntos. Jandira fez-lhe saber que também gostava muito dele, mas que tinha, forçosamente, de regressar, porque tinha alguém, ansiosamente, à sua espera. Araí sentiu que o coração lhe saltava do aconchego do peito, pois deduziu, erradamente, que esse alguém fosse o marido ou namorado. Então, a bela sereia, que se apercebeu da reação do seu amigo pescador, sossegou-o com estas palavras:
- Não te inquietes, nem fiques triste, porque a pessoa que me espera, não é, nem nunca será teu rival. O Xéu-Xéu é um golfinho bebé, órfão de pais, que me foi entregue pela mãe, quando esta se encontrava no leito da morte, agonizante. Como vês, é enorme a razão que me faz afastar de ti.
De coração aliviado, Araí replicou:
-Eu acho, apenas, que isso não pode, nem deve ser, um obstáculo ao nosso amor, pois gostando tu de mim como eu gosto de ti, o problema resolver-se-ia se fossemos buscar o Xéu-Xéu para junto de nós. Aqui, ele poderia crescer em franca liberdade e harmonia, rodeado de muito carinho e ambos teriam um pouco mais de conforto.
Jandira rejubilou com a proposta, agradeceu-lhe com um beijo ternurento e partiu.
Como vivia um pouco afastado do rio Amazonas, Araí improvisou um tanque de enormes dimensões, para que desta forma, quer a sereia quer o golfinho, pudessem usufruir da água de que tanto careciam. Logo que deu a obra por terminada, o pescador iniciou viagem até à costa do Oceano Atlântico, mais precisamente até à ilha de Maracá, onde se encontravam a sereia e o golfinho e encaminho-os até Macapá, onde ficaram a viver num ambiente de muito amor e carinho.
Passado um ano, um novo elemento veio juntar-se à família. A Ariele veio, não só, aumentar a família, mas também, a alegria e a felicidade de todos, que viveram felizes até ao final dos seus dias.
Era uma vez um pescador que vivia perto da foz do rio Amazonas, na periferia de Macapá e, que numa manhã de nevoeiro, encontrou uma sereia escondida entre dois barcos de pesca abandonados, transida de frio e esfomeada.
Decidido a ajudá-la, até que ela pudesse recuperar forças e regressar ao seu habitat, o pescador levou-a para sua casa. Apesar de ser um homem de poucas posses, pois vivia apenas da pesca, Araí tratou-a com todo o desvelo: serviu-lhe boa comida e aconchegou-a junto a uma fogueira de chama pouco viva, mas retemperadora, o que permitiu que, em duas semanas a sereia se sentisse capaz de regressar a casa, algures no Oceano Atlântico.
Aproximou-se o dia da sua partida e Araí, que era solteiro e bom rapaz, porque se tinha apaixonado, perdidamente, pela sereia de seu nome Jandira, implorou-lhe que não partisse, propondo-lhe que ficassem a viver juntos. Jandira fez-lhe saber que também gostava muito dele, mas que tinha, forçosamente, de regressar, porque tinha alguém, ansiosamente, à sua espera. Araí sentiu que o coração lhe saltava do aconchego do peito, pois deduziu, erradamente, que esse alguém fosse o marido ou namorado. Então, a bela sereia, que se apercebeu da reação do seu amigo pescador, sossegou-o com estas palavras:
- Não te inquietes, nem fiques triste, porque a pessoa que me espera, não é, nem nunca será teu rival. O Xéu-Xéu é um golfinho bebé, órfão de pais, que me foi entregue pela mãe, quando esta se encontrava no leito da morte, agonizante. Como vês, é enorme a razão que me faz afastar de ti.
De coração aliviado, Araí replicou:
-Eu acho, apenas, que isso não pode, nem deve ser, um obstáculo ao nosso amor, pois gostando tu de mim como eu gosto de ti, o problema resolver-se-ia se fossemos buscar o Xéu-Xéu para junto de nós. Aqui, ele poderia crescer em franca liberdade e harmonia, rodeado de muito carinho e ambos teriam um pouco mais de conforto.
Jandira rejubilou com a proposta, agradeceu-lhe com um beijo ternurento e partiu.
Como vivia um pouco afastado do rio Amazonas, Araí improvisou um tanque de enormes dimensões, para que desta forma, quer a sereia quer o golfinho, pudessem usufruir da água de que tanto careciam. Logo que deu a obra por terminada, o pescador iniciou viagem até à costa do Oceano Atlântico, mais precisamente até à ilha de Maracá, onde se encontravam a sereia e o golfinho e encaminho-os até Macapá, onde ficaram a viver num ambiente de muito amor e carinho.
Passado um ano, um novo elemento veio juntar-se à família. A Ariele veio, não só, aumentar a família, mas também, a alegria e a felicidade de todos, que viveram felizes até ao final dos seus dias.
04/01/2004
Lucibei@poems
Lúcia Ribeiro
In ”Muita Poesia e Pouca Prosa”