Os boizinhos de São Caetano
Costumavam dar principalmente nas cercas de tela arame, e de preferência as telas finas. Pode ser que dessem também em muros, mas fica difícil imaginar o seu trepar sem ter muito onde agarrar. E além do mais, muros eram raros tempos atrás.
Os boizinhos devem ter sua classificação botânica certinha, bem definida, mas mesmo se eu a soubesse, de nada me adiantaria agora para conseguir descrevê-los. Eram frutinhas que nasciam verdinhas e acabavam amarelinhas. Quando cresciam excepcionalmente não iam
além do tamanho de um polegar, pequeno, pra variar.
Pontas fininhas, bojo arredondado e aquelas serrinhas em linhas na superfície, como se fosse o topo da cauda de um jacarezinho. Mas o porquê de boizinhos, é que ainda não descobri. E no entanto, de uma cidade pra outra, mantinham aquele nome entre as crianças. E isso foi o que ouvi, ou vi, de Lucinha, que nem é daqui. Boizinho, e pronto.
Advertiam-nos os mais velhos que não se devia comê-los. Mas basta isso pra gente ao menos experimentar. Amargas feito as sete chagas as bagas vermelhinhas, e no entanto, bonitinhas.