Nortibóia, nortibóia
Ticintina e Tibebé encontraram trabalho na casa do major inglês, casado com uma dona Margarida, na segunda década do século XX. Pajeavam as crianças, Thomas e Marcus, filhos do casal. O major era responsável por uma minha de ouro, nos cafundós de uma tal Onça do Pitangui, hoje com foro de cidade, prefeito, câmara de vereadores e outros quetais da emancipação.
Vicentina e Isabel eram as filhas mais velhas do casal Veluziano e Ana, e sua grande alegria além de ouvir o falar enrolado do casal empregador, era levarem uns cobrinhos pra casa. Era coisa pouca mas ambas as meninas tinham aquele orgulho de ajudar o pai, seleiro de profissão, mais no ócio do que na ação...
E Ticintina já aposentada, depois de quarenta anos de fábrica, enquanto a nós seus sobrinhos pageava, é que nos narrava paciente e metodicamente sua vida de menina-moça, falando da bondade de Dona Margarida -que além dos cobres lhes dava comida- quando se impacientava com as espoletices dos meninos, a quem a plenos pulmões ralhava Thomas, Marcus, nortibóia, nortibóia...
Era o inglês de tia Vicentina, que havia feito um ano de escola regular. Seu nortibóia corrsespondia a uma variação – moto proprio – de naughty boy, naughty boy....