Carrinho de Rolimã
Fabinho tomou susto quando viu seu pai chegar a casa no sábado depois de fechar a oficina mecânica com um pedaço de tabua, uns pedaços de pau e quatro rolamentos usados, não aguentando a curiosidade de seus seis anos de idade perguntou ao pai.
- Pai para que isso?
- É para fazer um carrinho de rolimã
- Carrinho de rolimã? O que é isso?
Seu pai então chega perto dele e diz
- Meu filho, quando era criança como você, fez o meu próprio carrinho de rolimã, na minha época, não era como hoje, que praticamente todo brinquedo é eletrônico, hoje você passa muito tempo em frente à TV jogando vídeo game quando para, vai andar de bicicleta, mas ela é gasolina, não precisa pedalar. Mas hoje, vamos fazer um brinquedo diferente para você brincar, correr, gastar energia, vai para área de serviço.
Fabinho foi contrariado porque teve que deixar o jogo de vídeo game, além do mais pensou “meu pai vai me fazer pagar mico com os garotos da rua com esse tal de carrinho de rolimã”. Mas foi porque era um filho obediente. Enquanto seu pai trabalhava no tal carrinho, o levou a participar da fabricação, toda hora pedia uma coisa a ele, uma hora era um prego, outra uma fermenta, ele só soube que em pouco tempo o tal de carrinho estava pronto.
Entusiasmado seu pai disse para eles irem lá pra rua para poder brincar, Fabinho foi sem graça mais foi. O pai parecia que estava muito feliz, quando chegou à rua o pai o mandou sentar no carrinho ensinou a ele como deveria fazer e o empurro rua abaixo. Como era sábado a tarde não oferecia perigo à rua era bem tranquila, no inicio Fabinho foi sem graça depois adorou a brincadeira, veio muito feliz, para que seu pai o emburrasse novamente. Quando as outras crianças viram a algazarra que estava na rua deixaram seus brinquedos eletrônicos, foram ver o que estava acontecendo lá.
Ao ver Fabinho brincado com o seu pai todos eles ficaram admirados, queria brincar também. Pediram
- Seu Amaral nos deixe brincar com esse brinquedo também parece ser bem divertido.
Ele deixou, todos passaram a tarde brincado coisa que não fazia há muito tempo às crianças daquela rua. No final eles pediram para que seu Amaral arrumasse para eles o material gasto no carrinho para que seus pais pudessem ajudá-los a construir os seus também. Depois daquele sábado na Rua do Fabinho tudo passou a ser diferente, porque ele estava sempre pedindo o pai para inventar outras brincadeiras do seu tempo de criança para que ele pudesse brincar mais entre si, não mais sozinhos em frente a uma TV ou diante de um computador.
Lucimar Alves