A rua do lixo
Duas casas, bem simples, esquecidas numa rua de terra batida. Uma ao lado da outra, de meia-parede, os moradores ouvindo o que um e outro diziam durante todo o dia pelo som que ia de uma casa à outra.
No quarto, na casa que era a primeira à direita de quem ia para o fim da rua, um ratinho animado com a chuva que caíra há pouco.
_ O lixo na rua... _ suspirou fundo e o rabinho fez um movimento de pirueta serelepe (plizt!) _ Hum! Vou agorinha mesmo procurar se encontro umas coisinhas apetitosas!
Com a mesma euforia, os ratinhos da casa vizinha anunciam aos pais:
_ A chuva passou! ... E a rua está cheia de grãos e frutas!
E então, servem-se todos os ratinhos do sujo da enxurrada como de comida de nossa cozinha ou de doces para meninos.
O sol empina seus raios neste instante, sem incômodo e sem abrigo – com sentidos da vida. E os ratinhos, em meio ao lixo na rua, aproveitam a comida com pressa.