UM ANJO TORTO
Capítulo 1 - O Anjo torto
Um dia um anjo torto
Apareceu para mim.
Nossa, que desconforto
Ter que trabalhar assim!
Ser celeste, eu não suporto
Ver alguém sofrendo assim;
Vem cá que o desentorto
Se você me disser que sim!
Você não é contorcionista...
Confie em mim, por favor,
Pois sou um bom massagista.
Cara,vou ser bem sincero!
Se a sua cura valer muita dor,
Sinceramente não quero.
Capítulo 2 - Entregue à massagem
Tenho a mão de fada
É o que dizem por aí.
Você não sentirá nada.
Vamos anjo, deite aqui!
O que de fato aconteceu
Para você estar desse jeito?
É castigo que o Pai lhe deu
Pois você não andou direito?
Rapaz, não foi castigo divino
Senão estaria num apuro mais feio,
Meu caso foi um outro destino.
Para você eu posso contar
Sem medo, nenhum receio
De alguma punição ganhar...
Capítulo 3 - A origem
Estava de volta a terra
Para proteger um pirralho
Já que sobre mim encerra
A proteção como trabalho.
Para exercer minha função
Pus a criança na minha aba
Eis que aparece de supetão
Uma bela e provocante diaba
Para ver tão criatura esfuziante
viro-me de forma desajeitada
Passo a ouvir no mesmo instante
Um monte, um monte de riso.
Havia ali alguma coisa errada
Senti que eu ficara no prejuízo.
Capítulo 4 - A decepção
Quando virei abruptamente
A minha coluna saiu do lugar,
Eu senti consequentemente
Uma imensa dor me apossar.
Um nome feio me escapuliu,
Foi muito bom que desabafei,
Aquela dor forte só diminuiu
Quando torto eu me coloquei.
Ainda bastante aborrecido
Fui ver os autores da risada
Ô rapaz! Até meu protegido
Rira da minha infelicidade.
Tristonho bati em retirada
Diante da vexatória realidade.
capítulo 5 - A bondade
Filho da mãe, que isso!
Que dor horrível e essa!
Descumpriu o compromisso
Peça-me desculpa! Peça!
Endireite o seu corpo, anjo!
Do seu mal você está curado.
Livre total do seu desarranjo,
Não será mais ridicularizado.
Você não é um massagista!
Na verdade você é um santo
Que o lado mortal despista.
De coração eu lhe agradeço,
Você não tem ideia de quanto...
Já que fazer o bem, não tem preço.
O FILHO DA POETISA