A CIGARRA E O FORMIGÃO
A CIGARRA E O FORMIGÃO
A Cigarra abandonou o Cigarro depois de muitos anos de vida em comum. O Cigarro estava prejudicando sua vida, já não lhe trazia prazer nos momentos íntimos, estava malcheiroso, vivia a soltar fumaça pelas ventas e fazia de sua vida um inferno. Por diversas vezes tinha pensado em deixá-lo, mas sentia que ainda precisava dele, ele era o ar que lhe faltava, a chama que a aquecia, a brasa que a consumia, mas agora era definitivo, só haviam restado cinzas do relacionamento. Assim, deixou-o e foi viver com Formigão, um tipo atlético, cheio de saúde, trabalhador. Cigarro ainda tentou convencê-la a voltar por algumas vezes, mas ela decididamente não o queria mais, que ele fosse cantar em outras plagas, afinal, Formigão não cantava, mas trabalhava de sol a sol e a enchia de doces e guloseimas. Por seu lado, Formigão a adorava, estava cansado daquelas formigonas e formiguinhas que também só trabalhavam e não tinham tempo para ele, enquanto a Cigarra o recebia com seu canto e fazia de sua vida um encanto.
O Cigarro apagou-se, a Cigarra agora tem folego para cantar como nunca e Formigão aprendeu que na vida trabalha-se e encanta-se.