ELEIÇÕES NO JARDIM
Conto infantil
Certa manhã de domingo ensolarado, num jardim muito bem
cuidado, dona Rosa sempre bem arrumada conversa com sua vizinha,
dona Begônia.
Isso aqui está cada dia pior! Flores novas de pétalas curtas para todo o lado e esse som estridente dessa nova geração de abelhas em nossas cabeças? Já é hora de botar ordem nesse jardim, pois, logo tudo isso ficará insuportável. Assim dona Rosa juntamente com dona Begônia resolve convocar uma assembleia extraordinária, para expor suas preocupações.
Convidamos todos aqui, seguia dona Rosa, por que o nosso jardim está crescendo indefinidamente e os sons que se ouvem por aqui, não são mais como os de antigamente. Precisamos de novas regras, novas Leis, para vivermos bem! Por isso, pergunto: Quem de vocês gostaria de tomar a frente para resolver os problemas do nosso jardim?
Na assembleia, aquela multidão de flores. Compareceram também, os moradores transitórios: Os sapos, as borboletas, as abelhas e os beija flores. Escondidos mas, não ausentes estavam as minhocas. Mas, isso não seria instituir um líder, um presidente? Olha se vai ter eleição para presidente, estou dentro, disse o Senhor Gerânio. Sou organizado e sei que faria um bom trabalho.
Em seguida o Cravo comentou: Organização por organização também estou no páreo. O Amor-perfeito opinou dizendo que o presidente deveria ser alto, forte para vigiar os intrusos. Alto e forte é comigo mesmo gritou o Gerânio que foi logo interpelado pelo Girassol. Espera aí pessoal, além de alto e forte tenho muitas outras qualidades e lançarei minha candidatura também.
Dona Rosa intervém, dona Begônia pede silêncio. Porque haveria de ser um homem? Bem que o jardim merecia um líder feminino, e todos sabem que as mulheres são muito mais organizadas, sabem ouvir melhor as queixas dos outros. Eu gostaria de indicar o nome de dona Rosa e da dona Hortênsia para disputar essas eleições.
Foi um ti-ti-ti daqueles o dia inteiro e já no quase dormir do sol, dona Begônia propõe que se faça um debate entre os candidatos concorrentes, de modo expor suas ideias e que ela mesma iria conduzir o tal debate. Por favor, nada de condutas inadequadas, propostas indecorosas, nada de virem para o debate de “caulinhos de fora,” de modo a conseguirem mais votos. Não precisamos de atitudes que venha prejudicar nossa reunião.
Depois do debate, e já o deixo marcado para domingo próximo, decidiremos quem é o merecedor do nosso voto de confiança. Então, fica assim combinado serão considerados candidatos os Senhores: Gerânio, Girassol e as Senhoras Rosa e Hortênsia. Nesse momento ouve-se uma voz, também quero ser presidente afinal, sou parte ativa desta comunidade. Esperem, começa então, se afastar todo esparramado no solo, o Senhor Dinheirinho, para dar espaço a voz falante da Minhoca pleiteando também, sua candidatura.
Todas as flores se olharam como dissessem: Mas como, um animal tomando conta do nosso jardim? Entretanto depois de tantos olhares, fora aceita a inscrição da Senhora Minhoca.
Dia seguinte, o jardim amanheceu agitado com os candidatos em plena campanha e cada um deles, fazendo de tudo para agradar. Senhor Gerânio que nunca foi de muitas simpatias estava lá, com o seu sorriso escancarado cumprimentando a todos, dando tapinhas nas costas, fazia pose de altivo, ora se juntava com a intelectualidade, ora batia papo com as ervas daninhas.
Dona Rosa não fez por menos, se fez mais bonita aparou os espinhos, repaginou as pétalas e foi fazer corpo a corpo na avenida central do canteiro. Senhor Girassol optou por mostrar sua força e altura olhando todas as outras flores por cima, mas, de tempos em tempos se curvava para dar atenção à vegetação rasteira, principalmente aos Senhores Dinheirinhos.
Dona Hortênsia fez logo uma planilha de tarefas a seguir, caso fosse eleita. Dentre elas, enfatizou que pediria oficialmente ao prefeito da cidade, mais verbas para melhoria da qualidade de vida dos jardins públicos e levaria também, para a câmara dos vereadores, o manifesto assinado por todas as flores, reivindicando aos Senhores Vereadores, que dessem o primeiro passo editando Lei, proibindo que se quer um passo fosse permitido, sobre as comunidades floridas.
O pessoal do subterrâneo estavam em polvorosa, era minhoca correndo para todo o lado muitas delas, fazendo campanha. Algumas se plantaram na porta do formigueiro e para toda formiga que passava, as minhocas gritavam: ... E não se esqueçam amiguinhas, domingo teremos eleição, o pessoal daqui de baixo, não pode mais se sujeitar a ficar mais uma vez, por baixo. Votem, temos de ganhar essa eleição!
É chegado então, o domingo tão esperado. No debate, todas as expectativas. As rosas todas, muito bem arrumadas, maquiadas, perfumadas como nunca. Os gerânios se esticavam cada vez mais,
para não ficarem por baixo dos girassóis. As hortênsias, pareciam tranquilas, mas por dentro, todas estavam muito aflitas.
As minhocas chegaram de última hora, junto delas um formigueiro inteiro. As abelhas sobrevoavam intensamente a área, de modo avistar algum arrastão promovido pelos gafanhotos afinal, nunca se viram tantas flores reunidas em um só ponto do jardim, sem contar que os gafanhotos, poderiam se aproveitar da situação para comer rapidinho, todas as plantas, todas aquelas flores e toda abelha sabe muito bem que, sem flor não há vida.
O debate já varava tarde adentro e ninguém se entendia. Cada candidato tentava ao seu jeito, demonstrar para os demais, quanto útil poderia ser para a comunidade. Entretanto não havia consenso, até que no entardecer aparece inesperadamente o beija-flor. Desce de um galho próximo, se posta entre dona Rosa e dona Hortênsia e pede um minuto da atenção de todos.
Todas as flores ficaram encantadas, afinal, ali estava aquele que todos os dias as visitavam, que as cariciavam e depois de tudo, ainda ganhavam dele, um longo e derretido beijo em agradecimento.
Certamente, disse o beija-flor, esse negócio de flores com pétalas curtinhas, abelhas com sons estridentes, são coisas, excetuando os exageros, perfeitamente aceitáveis. É a evolução, gente! Quem das flores que aqui então, não tiveram suas pétalas desabrochadas repreendidas pelas flores mais velhas?
Saiba que o mais adequado para ocupar esse cargo é o Senhor Jardineiro! É ele que as hidratam diariamente, é ele que revolve a terra, fortalecendo vossas raízes com novos adubos é ele também, que impede a proliferação de pragas, insetos devastadores é quem sustenta seus caules depois da passagem de um vento intempestivo e arrogante.
As flores, principalmente as Rosas, as Begônias e as Marias-sem-vergonha pareciam viajar na voz daquele Príncipe alado. Nem é preciso dizer, continuou o beija-flor, ninguém tem mais carinho, ninguém dedica tanto do seu tempo com as comunidades floridas que o Senhor Jardineiro.
Um silêncio reflexivo ouviu-se por todo o jardim. Dia seguinte (Segunda - feira), na grama do jardim, escrito com pétalas, galhos e espinhos, o jardineiro leu, bem-vindo Senhor Presidente!
Conto infantil
Certa manhã de domingo ensolarado, num jardim muito bem
cuidado, dona Rosa sempre bem arrumada conversa com sua vizinha,
dona Begônia.
Isso aqui está cada dia pior! Flores novas de pétalas curtas para todo o lado e esse som estridente dessa nova geração de abelhas em nossas cabeças? Já é hora de botar ordem nesse jardim, pois, logo tudo isso ficará insuportável. Assim dona Rosa juntamente com dona Begônia resolve convocar uma assembleia extraordinária, para expor suas preocupações.
Convidamos todos aqui, seguia dona Rosa, por que o nosso jardim está crescendo indefinidamente e os sons que se ouvem por aqui, não são mais como os de antigamente. Precisamos de novas regras, novas Leis, para vivermos bem! Por isso, pergunto: Quem de vocês gostaria de tomar a frente para resolver os problemas do nosso jardim?
Na assembleia, aquela multidão de flores. Compareceram também, os moradores transitórios: Os sapos, as borboletas, as abelhas e os beija flores. Escondidos mas, não ausentes estavam as minhocas. Mas, isso não seria instituir um líder, um presidente? Olha se vai ter eleição para presidente, estou dentro, disse o Senhor Gerânio. Sou organizado e sei que faria um bom trabalho.
Em seguida o Cravo comentou: Organização por organização também estou no páreo. O Amor-perfeito opinou dizendo que o presidente deveria ser alto, forte para vigiar os intrusos. Alto e forte é comigo mesmo gritou o Gerânio que foi logo interpelado pelo Girassol. Espera aí pessoal, além de alto e forte tenho muitas outras qualidades e lançarei minha candidatura também.
Dona Rosa intervém, dona Begônia pede silêncio. Porque haveria de ser um homem? Bem que o jardim merecia um líder feminino, e todos sabem que as mulheres são muito mais organizadas, sabem ouvir melhor as queixas dos outros. Eu gostaria de indicar o nome de dona Rosa e da dona Hortênsia para disputar essas eleições.
Foi um ti-ti-ti daqueles o dia inteiro e já no quase dormir do sol, dona Begônia propõe que se faça um debate entre os candidatos concorrentes, de modo expor suas ideias e que ela mesma iria conduzir o tal debate. Por favor, nada de condutas inadequadas, propostas indecorosas, nada de virem para o debate de “caulinhos de fora,” de modo a conseguirem mais votos. Não precisamos de atitudes que venha prejudicar nossa reunião.
Depois do debate, e já o deixo marcado para domingo próximo, decidiremos quem é o merecedor do nosso voto de confiança. Então, fica assim combinado serão considerados candidatos os Senhores: Gerânio, Girassol e as Senhoras Rosa e Hortênsia. Nesse momento ouve-se uma voz, também quero ser presidente afinal, sou parte ativa desta comunidade. Esperem, começa então, se afastar todo esparramado no solo, o Senhor Dinheirinho, para dar espaço a voz falante da Minhoca pleiteando também, sua candidatura.
Todas as flores se olharam como dissessem: Mas como, um animal tomando conta do nosso jardim? Entretanto depois de tantos olhares, fora aceita a inscrição da Senhora Minhoca.
Dia seguinte, o jardim amanheceu agitado com os candidatos em plena campanha e cada um deles, fazendo de tudo para agradar. Senhor Gerânio que nunca foi de muitas simpatias estava lá, com o seu sorriso escancarado cumprimentando a todos, dando tapinhas nas costas, fazia pose de altivo, ora se juntava com a intelectualidade, ora batia papo com as ervas daninhas.
Dona Rosa não fez por menos, se fez mais bonita aparou os espinhos, repaginou as pétalas e foi fazer corpo a corpo na avenida central do canteiro. Senhor Girassol optou por mostrar sua força e altura olhando todas as outras flores por cima, mas, de tempos em tempos se curvava para dar atenção à vegetação rasteira, principalmente aos Senhores Dinheirinhos.
Dona Hortênsia fez logo uma planilha de tarefas a seguir, caso fosse eleita. Dentre elas, enfatizou que pediria oficialmente ao prefeito da cidade, mais verbas para melhoria da qualidade de vida dos jardins públicos e levaria também, para a câmara dos vereadores, o manifesto assinado por todas as flores, reivindicando aos Senhores Vereadores, que dessem o primeiro passo editando Lei, proibindo que se quer um passo fosse permitido, sobre as comunidades floridas.
O pessoal do subterrâneo estavam em polvorosa, era minhoca correndo para todo o lado muitas delas, fazendo campanha. Algumas se plantaram na porta do formigueiro e para toda formiga que passava, as minhocas gritavam: ... E não se esqueçam amiguinhas, domingo teremos eleição, o pessoal daqui de baixo, não pode mais se sujeitar a ficar mais uma vez, por baixo. Votem, temos de ganhar essa eleição!
É chegado então, o domingo tão esperado. No debate, todas as expectativas. As rosas todas, muito bem arrumadas, maquiadas, perfumadas como nunca. Os gerânios se esticavam cada vez mais,
para não ficarem por baixo dos girassóis. As hortênsias, pareciam tranquilas, mas por dentro, todas estavam muito aflitas.
As minhocas chegaram de última hora, junto delas um formigueiro inteiro. As abelhas sobrevoavam intensamente a área, de modo avistar algum arrastão promovido pelos gafanhotos afinal, nunca se viram tantas flores reunidas em um só ponto do jardim, sem contar que os gafanhotos, poderiam se aproveitar da situação para comer rapidinho, todas as plantas, todas aquelas flores e toda abelha sabe muito bem que, sem flor não há vida.
O debate já varava tarde adentro e ninguém se entendia. Cada candidato tentava ao seu jeito, demonstrar para os demais, quanto útil poderia ser para a comunidade. Entretanto não havia consenso, até que no entardecer aparece inesperadamente o beija-flor. Desce de um galho próximo, se posta entre dona Rosa e dona Hortênsia e pede um minuto da atenção de todos.
Todas as flores ficaram encantadas, afinal, ali estava aquele que todos os dias as visitavam, que as cariciavam e depois de tudo, ainda ganhavam dele, um longo e derretido beijo em agradecimento.
Certamente, disse o beija-flor, esse negócio de flores com pétalas curtinhas, abelhas com sons estridentes, são coisas, excetuando os exageros, perfeitamente aceitáveis. É a evolução, gente! Quem das flores que aqui então, não tiveram suas pétalas desabrochadas repreendidas pelas flores mais velhas?
Saiba que o mais adequado para ocupar esse cargo é o Senhor Jardineiro! É ele que as hidratam diariamente, é ele que revolve a terra, fortalecendo vossas raízes com novos adubos é ele também, que impede a proliferação de pragas, insetos devastadores é quem sustenta seus caules depois da passagem de um vento intempestivo e arrogante.
As flores, principalmente as Rosas, as Begônias e as Marias-sem-vergonha pareciam viajar na voz daquele Príncipe alado. Nem é preciso dizer, continuou o beija-flor, ninguém tem mais carinho, ninguém dedica tanto do seu tempo com as comunidades floridas que o Senhor Jardineiro.
Um silêncio reflexivo ouviu-se por todo o jardim. Dia seguinte (Segunda - feira), na grama do jardim, escrito com pétalas, galhos e espinhos, o jardineiro leu, bem-vindo Senhor Presidente!