O RATO PTOLOMEU

Ptolomeu era um ratinho muito do corajoso, e sempre metido em enrascadas. Mas quem diria que um dia ele seria o salvador da ratolândia, afinal ser um herói estava no seu sangue. Bem vamos a história contada pelo nosso Ptolomeu.

Estava ele calmamente comendo seu queijo preferido, o roquefort, sentando na beirada de uma tigela de leite, mas a tijela era do gato malvado Melaço. Parece engraçado esse gato, mas tudo foi tão rápido que quase nem dá tempo do nosso ratinho degustar o seu queijo. Pois lá estava o gato novamente tentando pegar o rato.

Aquele joguinho já estava cansando Ptolomeu, e pensou em um plano para livrar a sua vila desse gato terrível.

Ptolomeu pensou dois dias no que ia fazer com o gato Melaço. Seu nome serviria para o afastar de vez de todos os ratinhos da vila.

Chamou seu irmão caçula para servir de isco, o que ele não gostou nem um pouco. E disse ao seu irmão mais velho:

- Ptolomeu, nem pensar que vou servir de isco pro melaço. Ele vai acabar - me pegando e vou parar no papo desse gato feioso.

- Não vai não. Diz Ptolomeu. Quer apostar? Diz o mesmo.

- Se você fizer tudo direitinho do jeito que vou explicar vamos nos livrar dele definitivamente. Diz o irmão mais velho.

Bem, fim da tarde na vila ratolândia, e agora vai ser engendrado o plano dos ratinhos.

Ptolomeu foi na cozinha da casa e junto com seu irmão pegaram o vidro de mel. Ia ser uma lambança o que fariam com o melaço. Desceram até a entrada da casa e lá esfregaram todo o mel no caminho em que todos passariam, inclusive os donos da casa.

- Isso não vai prestar, diz o caçula.

- Fique quieto maninho e vai ver se vai ou não dar certo.

Depois do mel todo espalhado foram até o fim do quintal e lá havia um garfo grande de jardim, colocaram-no em pé, e atrás do garfo, um balde com estrume de vaca. Ptolomeu ria por dentro só de imaginar o focinho de Melaço todo fedido e sujo de mel e estrume.

Bem é chegada a hora. Ptolomeu manda seu irmão procurar o Melaço e sair correndo sem que ele logicamente lhe pegue. E dito e feito. Corria o caçula e Melaço atrás feito maluco. Só não imaginava Ptolomeu que seu maninho fosse tão burro e ficasse pregado no mel logo na entrada do corredor que dava pro quintal.

Correu rapidamente e deu um puxão tão grande que caíram os dois para trás, e Melaço rosnando feito um leão em cima dos dois. Mas eis que surge a dona do gato. Ela abre o portão e caminha em direção a porta da frente, mas acaba com os pés todos lambuzados de mel e grita com Melaço. Ele assusta-se e sai correndo enfiando as patinhas no mel, mal conseguindo caminhar.

Sua dona toda nervosa, vai atrás de Melaço gritando e maldizendo o pobre gato. Quando finalmente chega no quintal, Melaço pisa no garfo, este bate no rosto de sua dona que cai em cima do balde, o balde espalha-se todo pelo ar e cai todo em cima de Melaço respingando em cima de sua dona.

- Melaçooooo vou acabar com você! Olha o que fez? Meu vestido novo sujo de esterco e eu ia jantar fora com meu namorado. Agora vou ter que tomar banho novamente e nem sei se esse cheiro horrível vai sair do meu corpo!

A mulher sai resmungando deixando Melaço no quintal todo sujo de mel e esterco de vaca. Os ratinhos só de longe observando tudo e rindo do estado em que ficou o pobre gato.

Essa história ainda não acaba aqui. Quando Ptolomeu vai para sua vila estão todos silenciosos. Entram pela rua principal adentro e, de repente, começa a sair um de cada vez de suas casinhas abraçando e dando tapinhas nas costas dos dois irmãos. Foi uma festança que entrou noite adentro. Diziam todos que eles eram uns heróis.

No outro dia Ptolomeu foi ver o que havia acontecido com Melaço. Espiou, procurou, e nada do gato malvado. Onde será que andava. Quando olha em direção a janela do sótão, vê uma imagem, era Melaço preso naquele cubículo que nem cabia ninguém. Coitadinho do gatinho, e ria Ptolomeu da sorte do gato Melaço.

Quem mandou se meter com ele? Agora está de castigo por um bom tempo, pois Ptolomeu ouviu a dona de Melaço dizer que o gato de hoje em diante não sairia mais do sótão. Pois, aquela bagunça fez com que perdesse o jantar e o namorado, isso sem falar do mau-cheiro que ficou um bom tempo nos seus cabelos.

Portanto, que ninguém se meta com Ptolomeu ou vão ver do que ele é capaz...

No momento ele está novamente sentando no prato de leite de Melaço comendo seu queijo preferido, o roquefort, e claro, junto do irmão caçula.

(Não é o Fim!)

Silvya Gallanni

04/08/2013

LuxSolar
Enviado por LuxSolar em 04/08/2013
Reeditado em 07/08/2013
Código do texto: T4419103
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