O MENINO QUE APAGAVA A ESCURIDÃO

Todos, a princípio, o evitavam, pois achavam que ele era meio esquisi

to.

Assim, ele sempre estava sozinho, porém sempre ocupado com algo novo e com sua alegria de descoberta. Era só olhar para ele e ver as expressões variadas, que ele fazia. Às vezes imitava Einstein, com um palmo de língua de fora. Outras, metia a cabeça entre as mãos, transmi-tindo a todos a baita confusão que ocupava sua caixola.

- Era dúvida, dor de cabeça, ou estupefação? Ninguém sabia o que se

passava com ele. Assim, o evitavam, simplesmente, com medo de suas

verdades.

Durante as aulas, ele fazia toda a lição. O que já o diferenciava dos

demais. Ele era bom em Matemática. Ótimo, em ciências. Estava sempre

bem informado. Sabia tudo.

- O que era assustador!

Ele lia de frente pra trás. E de trás, pra frente. Quando abria um livro

seu rosto se iluminava e seus olhos brilhavam como dois faroletes.

Teve até quem afirmasse, que o viu no escuro, com um livro aberto entre as mãos, de onde saia uma linda luz amarela.Todos achavam que

ele colecionava vagalumes e os escondia entre as folhas do falso livro. E

sua fama de misterioso, então, cresceu.

Até que um belo dia seu colega de classe ficou de castigo, após uma

bela bronca, de seus pais, por ter tirado zero em matemática. Ele não sabia somar, subtrair, nem mutiplicar ou dividir. Ele não sabia nada de matemática. Até que seu colega de classe, o aluno misterioso, começou a contar-lhe histórias engraçadas, que ensinavam,de forma nova, a arte da matemática. Histórias que multiplicavam objetos e aumentavam pro-porções, que falavam de frações e palavras novas, que abriam-lhe o entendimento.

De repente, a classe toda percebeu, que o amiguinho era apenas um

menino diferente, esforçado, que tinha gosto em aprender e transformar

todo o desgosto em gosto.

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 25/06/2013
Reeditado em 25/06/2013
Código do texto: T4358102
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