As fadinhas da Lapa - (estorinhas para Gabriela)
Na cidade do Porto, em Portugal, há uma linda igreja
chamada Igreja da Lapa, a respeito da qual se contam muitas
estórias.
Inclusive, um imperador do Brasil quando morreu, tamanho
era o seu carinho pela cidade, desejou que seu nobre
coração fosse lá guardado quando morresse. E assim cumpriram
seu desejo. Seu nome era Dom Pedro I, assim chamado
no Brasil, pois foi o primeiro imperador daquele país.
Em Portugal chamavam-lhe de Dom Pedro IV, pois
era o quarto filho dos reis.
E como eu disse, o coração do imperador brasileiro
agora está guardado num recipiente próprio para que possamos
contemplá-lo. Além dos sacerdotes que cuidam da
igreja, há também mais alguém, mas pouca gente sabe. São
as Fadinhas da Lapa! São três e sempre preocupadas com
as crianças que por ali brincam, e principalmente, as que
nascem num hospital muito próximo.
Normalmente, ficam duas fadinhas a cuidarem da Igreja,
deixando mais tranquilas as pessoas que lá entram, enquanto
a terceira fadinha dirige-se ao hospital, e vai acompanhar o
nascimento das crianças para que tudo corra bem.
Assim que os bebezinhos estão no colo dos papais, já
vestidinhos e sem chorar, a fadinha com muita calma e bondade
sobrevoa aquele momento lindo do encontro do papai
com o bebê. E com sua varinha de condão, zás; joga-lhes o
encanto maravilhoso do amor, dizendo as seguintes e misteriosas
palavras mágicas:
– Ut corda nunquam ad solvite!
O que esta frase significa?
Significa “Que vossos corações nunca se desatem.”
E então, pózinhos de pirlim-pim-pim saem da varinha
de condão e são absorvidos pelos dois. Papai e bebê ficam
encantados pelo amor e nunca mais desligam-se, mesmo
que estejam muito distantes um do outro, por algum motivo.
As Fadinhas da Lapa são muito belas, mas naquele
momento quando fotografadas não aparecem nas fotografias
por serem encantadas. Mas dá para ver o rastro que a
varinha de condão deixa no momento do encanto.
Dalmir Lott Glória – Guanhães - MG