Bicharada no jardim

Enquanto a aranha tece as rendas que se emaranha, borboletas prosam pousas no galho da verde rama.

A mais prosa gaba-se risonha das visitas ao jardim, outra mais tristinha lamentosa diz assim:

- fui a rosa em visita, beijar-lhe em feliz dia! Mas, havia lá uma abelha toda áspera arredia, discutindo com a formiga, sobre quem direito tinha. No susto escorreguei e furei a minha asinha, no espinho do galheiro protetor e bom vizinho.

Zumbindo passa o vento sacolejando a folhagem da tristeza de pintor, que crescera sobre o balde dividido à outra flor, que é morada da joaninha, protestante à mesma dor:

- zumbi, sacoleja vento siriri, mas, lhe peço não demore que minha casa é muito pobre, balançando vai cair. E se cai fico ao relento, sem abrigo pra dormir.

E a aranha ziguezagueia em cantarola, terminando outra série, preocupada com o tempo de findar a sua teia:

- vou tecendo, vou rendando, vou subindo e vou descendo, terminando o meu trabalho pegarei meu alimento... Teço, rendo e não me rendo, construindo minha rede eu garanto o meu sustento...

........... “ Catarino Salvador “.

Catarino Salvador
Enviado por Catarino Salvador em 01/05/2013
Código do texto: T4269678
Classificação de conteúdo: seguro