Jorjão "sapão"e a minhoca Maroca... a pedra.
__Sniff!!Sniff que calor?Podia cair uma gotinhas de água .
Reclamava a pequenina minhoquinha,era um verão seco,a coitadinha sofria,sua pele delicada já estava ressecada.
O sapo escondido embaixo de uma pedra enorme aconselhou :
_Quieta!!Volta pra dentro do seu cafofô,senão o pescador ali ó...te cata,te pica e coloca no anzol,nem esse monte de coração que tem vai te salvar viu?
_Ele nem tá me vendo!!Respondeu ela.
_Cê que pensa...fica ai rebolando pra ver...falou o sapo Jorjão.
_Podia chover...ai, a,i ai...Saudades daquele barrinho fresquinho,hum aqueles petiscos.
O verão seco daquele ano rachava terra e os bichinhos morriam por falta da chuva.
Maroca era um bebezinho,tinha nascido ha pouco tempo,seus irmãos sumiram,não conhecia os perigos ainda,só sabia que estava com calor e queria arrumar um jeito de tomar um banho.
Morava próxima a um rio que com a seca tinha baixado e ficou longe pra ela,o que nos parece pertinho a nós, para Maroca eram kilomêtros a andar.
O sapo ralhou com ela novamente:
_Vamos menina,entre já pra dentro da toca...Ela respondeu manhosa..
_Ta ruim é?Nem dá pra entrar,tá seco la embaixo,nem raiz tem mais...não vou não.
Jorjão estava com tanto calor que nem apetite tinha,só queria um lugarzinho úmido pra esconder;A minhoquinha foi caminhando com suas centenas perninhas "cerdas" em direção do rio.
_Teimosaaa...desisto de você...Não diga que não avisei hem?Coaxou alto e zangado.
Maroca se contorcia,pulava pra poder chegar perto da terra úmida nem percebeu que um pato selvagem em busca de água estava observando a bichinha;Jorjão quando viu a cena fechou os olhos e pensou, "Omôdeus é agora que a minhoca teimosa vira comida de pato",abriu de novo os olhos e qual foi a surpresa que teve?
O pato tinha carregado a minhoquinha até próximo do rio e conversavam
animados;Ele não aguentou a curiosidade e foi pulando sorrateiro até uma pedra enorme onde o pato estava lubrificando as penas, enquanto batia papo com Maroca.
_Pois é amiga Genô...foi assim que aconteceu,os manos se mandaram sei lá pra onde e eu fiquei aqui sozinha,dizia a minhoca pra pata Genô.
_Fica triste não menina,a vida é assim mesmo,todos cuidam da vida...Respondeu a pata e continuou:_Ah como te disse vem vindo chuvarada,eu vim do sul com ela quase molhando as penas da cauda,se eu não fosse rápida,o frio já tá ai nas portas e eu tô indo para o norte.
_Porque vai pra lá?Perguntou Maroca,não gosta do frio?
_Explicar não sei não,só sei que me dá uma vontade de ir pro norte...Brincadeirinha,ficamos sem alimentos por aqui e temos nossos costumes né?Ajuntamos a família,amigos e vamos em bando passamos todo o inverno por la,é mais quente,muita comida no mar,rios,quando vai chegando o verão a gente fica pelas praias esperamos trocar as penas velhas voltamos pro sul,quer ir?Te levo...
__Posso não...Não sei voar rsrsrs;Respondeu a minhoquinha rindo e se espojando na lama._E depois tenho medo de altura.
Jorjão não se conteve e riu fazendo barulho,a pata bateu as asas de susto,logo se acalmou:
__Chega mais sapão,vem prosear com a gente.
__Não entendi essa D. pata,porque não comeu a Maroca teimosa?Perguntou.
__Ah!!Já me alimentei hoje e gosto de marisco,larvas e raízes igual a Maroca e depois conheci a mãe dela ontem, quando parei na lagoa umas horas atrás,boa gente a menina aqui,me disse que você cuida dela?
Um barulho ensurdecedor se ouviu,era um barco,o sapo abocanhou a minhoca e se escondeu e a pata voou longe dando adeus.
Jorjão ainda segurando a minhoca na boca,escondidos embaixo da pedra,ouviram os homens passando com enxadas e latas dizendo que por ali achariam minhocas boas pra pescar.
Maroca se encolheu de medo e Jorgão pulou para o outro lado da pedra,onde os homens não poderiam vê los.
__Não te falei minhoca teimosa,por pouco vira comida de peixe;Disse a enquanto a colocava no chão molhado que achou.
__Entendi pódexá,não teimo mais cocê ta?É sabido.Respondeu ela.
__Não sou nada de sabido Maroca,sou mais velho que você e já vi um monte de coisas né?
A minhoquinha agradeceu o amigo e se enfiou na terra úmida e sumiu.
Alguns dias se passaram, Jorjão estava por ali catando uns bichinhos a apreciando a chuva que caia ha dias quando viu Maroca passando de um buraco pra outro,tinha crescido.
Ela gritou um olá e se enfiou noutro buraco e assim foi as várias vezes que se viram.
No início do verão do ano seguinte,as chuvas vieram e uma tarde fresca se via lá na beira daquele rio,um sapo,uma minhoca e uma pata proseando e a filhotada brincando fazendo algazarras e Jorjão vigiando as margens do rio.
Qualquer coisa a pedra estava ali ainda rs.
A vida das minhocas,sapos,patos etc...são muito interessantes e tem na net muita coisa gostosa de ler sobre eles.