ERA TUDO GENTE

CAPÍTULO UM - AS APARÊNCIAS ENGANAM

Socorro! Alguém me ajude! De coração imploro!

Meu reino está sendo extinto! Meu povo corre perigo!

Vendo que suas palavras se esvaiam ao vento, rei caiu em choro.

Quando abraçava desesperança, viu um castelo Espero que mora lá seja amigo.

Ô de casa! Ô de casa! Sou o rei Laodêmio e venho pedir auxílio.

Meu reino fica a léguas daqui, na cidade chamada Pólis, norte da Grécia Antiga.

Cheguei aqui depois de muito andar! Sinto-me como um exausto andarilho.

Preciso recuperar meu reino! Meu povo!Não reaverei nada disso sem uma mão amiga!

O rei fica decepcionado ao ver sair do castelo o Grilo Falante. Esperava um cavaleiro...

De preferência nobre de sangue azul, corajoso, valente, enfim um grande guerreiro...

Fazer o quê? Teria que contar com a ajuda daquele inseto muito pequenino.

Majestade, será uma honra hospedá-lo em minha casa. Terei muito prazer em servi-lo.

Obrigado! Precisarei de banho, alimentar-me, beber algo, dormir; Ó bom Grilo Falante!

Faça o mesmo com o meu cavalo. Depois de estarmos refeitos, seguirei o meu destino.

CAPÍTULO DOIS - QUE REI SOU EU

Passado o sono, o rei acorda,vai para sala; lá chegando não encontra só o seu anfitrião.

Na companhia do Grilo estavam a Borboleta Apolinária, a Fada Arco-Íris e a Fada Sol.

Grilo nos contou sua estória, majestade. Se quiser ajuda, estaremos a sua disposição.

O Grilo Falante apresenta uma por uma, assim que a Borboleta Apolinária silenciou.

Já que o rei se recuperou da viagem, que tal nos contar o seu dilema desde o início?

Para ajudá-lo, temos que saber um pouco do senhor e do seu, agora nosso, inimigo.

Minha pátria se chama Pólis. Sou viúvo, sem filhos. Hoje vivo uma situação bem difícil.

Pouco tempo atrás chegou ao meu castelo um casal, rei e rainha de Ea e lhes dei abrigo.

Na manhã seguinte, após eu retornar da minha habitual e deliciosa caçada a raposa,

Sou impedido de entrar no meu castelo e da repentina morte da minha esposa;

Se não batesse em retirada, eu teria o estranho convite de me encontrar com a morte.

Por estratégia, preferi a primeira opção. Assim teria chance de recuperar o que é meu.

Meu povo não foi contra a tal ditadura e só há uma explicação para o que aconteceu:

Creio que a população de Pólis está sobre o domínio de um encantamento muito forte.

CAPÍTULO TRÊS - DEBAIXO DESSE ANGU TEM CARNE

Majestade,verifique se tudo está consoante o seu agrado ou está faltando algo.

Assim que o rei vai conferir se está tudo preparado à viagem de retorno à sua nação...

Gente, tá na cara que o casal que o rei acolheu não descendia de algum fidalgo!

Há alguma coisa errada com esse estranho casal, de acordo com a minha intuição.

Apolinária, por enquanto temos que fingir que acreditamos nele piamente,

Só assim saberemos quem está atrás disso. Fiquemos atentos à paisagem do trajeto

Que nos levará às terras reais. Qualquer detalhe pode ser uma pista importante.

Exato, Grilo! Silêncio! O rei Laodêmio está voltando! Finjamos! É o correto!

Tudo perfeito! Vamos agora, pois a viagem será longa e o tempo será precioso, Galera.

Sim, Majestade! O rei mal acabara de falar e o Grilo um breve cochicho ao seu ouvido.

Grilante, observou o linguajar do rei? Fala como plebeu! Rei fala deste jeito? Duvido!

Controla-se, Fada Arco-Íris! O rei é inocente até que prove o contrário. Você não lera

a constituição? Não me chateie, Grilante! Essa estória está errada! A começar pelo rei!

Perdão, Fada amiga, não quis lhe chatear! O tempo nos dará toda resposta, disso sei.

CAPÍTULO QUATRO - ERA TUDO GENTE

Por onde passamos só encontramos casas com mulheres e seus respectivos animais...

Se há mulheres, há homens... Onde estão?!E o zelo das mulheres com os seus bichos?

Meu reino está em guerra com reino ao lado. Os homens estão no exército. Que mais?

Após a fala do rei, o Grilo Falante olha para trás e vê seus amigos em ácidos cochichos.

Ao ver os visitantes guiados pelo rei, um papagaio ganha o céu gritando: era tudo gente!

O rei fica irritado com presença da ave, na direção dela atira pedras que há no caminho.

O papagaio era esperto. Desvia daqui, dali; contrariando as intenções do rei, felizmente.

Pedras são atiradas em vão. Serviam de motivo ao berro da ave, com o rei em desalinho.

Não, majestade! Deixe a ave em paz! Papagaio é assim mesmo! Repete tudo que ouviu.

Ela não sabe que tá dizendo! Tem mais, um animal tem o mesmo direito a vida que nós!

Eu não estou irritadiço com o que o papagaio está falando e sim com sua estridente voz.

Para chegar ao meu reino, precisaremos de mais um dia e meio. O rei Laodêmio sugeriu

Que dormíssemos ali. Com autoritarismo, o rei confisca a casa dos habitantes do local.

Revoltada, a mulher deixa a casa com um cavalo e duas crianças. O clima não e legal.

CAPÍTULO CINCO - MOSAICO DE DÚVIDAS

Que chato! A proprietária da casa ter que ir ficar na casa vizinha por causa da gente!

É ruim mesmo, Fada Sol e Fada Arco-Íris! Infelizmente nós não podemos fazer nada!

Apolinária e fadinhas, vamos pensar em tudo que aconteceu até o momento presente.

Um rei nos pede ajuda. Tem seu reino tomado. Viúvo, sem filhos... coisa engraçada...

Todo rei tem filhos pra lhes deixarem o reinado de herança e não nas mãos de estranhos.

Continue com o relato depois, Fada Sol, disse o Grilo, não agora; está vindo alguém.

Gente estranha entre no castelo, sem pedir audiência e o rei ainda dá abrigo? Tacanhos!

Fada Sol, continue... ao entrarmos nas terras reais há um outro fato estranho também.

Os habitantes são mulheres, crianças, animais, com o terceiro tendo carinhos extremos.

O rei diz que os homens foram à guerra defender de uma possível invasão seu reinado.

Pare, Fada Sol! Um exército vai defender o reinado de um rei que deposto! Pensemos...

Um rei deposto sem dar um tiro por um casal, ao mesmo tempo o rei fica enviuvado.

No caminho vindo para cá surge um papagaio que tagarela forte: era tudo gente.

O rei não usa norma culta, mas popular; está com a linguagem coloquial acostumado.

CAPÍTULO SEIS - COM AS PULGAS ATRÁS DAS ORELHAS

O rei se mostrou tirânico, assustando a dona da casa, onde a mesma se sentiu ameaçada.

Que guerra é esta que ninguém fala nada, não há notícia de nada? Tudo está incoerente!

Por onde começar se não há uma pista se quer? Se tiver a coisa está bem embaralhada!

Já resolvemos muitos casos, iremos resolver esse também, não será um caso diferente.

Amigos, raciocinem comigo! Um casal toma um reinado sem exército, armas, enfim.

Sem haver lutas, tiros, mortes... indício de que uma poderosa magia maligna fora usada.

Se um rei foi deposto, o exército abandona a guerra, visto que a mesma chegou ao fim. Laodêmio afirma que o seu exercito está guerreando, isto é sinônimo de mentira pesada.

O rei nos trata com respeito e humildade, humildade esta que não mostrou ao seu povo.

Por que somos tratados assim? O que ele quer conosco? Sinto que é algo que desaprovo.

Também não sinto confiança no Laodêmio de jeito nenhum, meu Grilo Falante amado.

Eu e a Fada Sol estamos com vocês nessa questão do rei; prevejo que ele seja do mal.

O que nos deixa encafifadas é que nós não sabemos quem está enganando quem afinal.

Espero que estejamos em vantagens a esse rei que não tem nada mesmo de encantado.

CAPÍTULO SETE - CIRCE

Exército é pra dar mais poder quem está no poder ou tenta fazer um país não ter caos.

Se está no poder e não precisa exército pra se manter lá, então tem controle da situação.

Suspeito de que quem está no poder possui uma imensa magia. O detentor dela é mau...

Veja como a dona de casa ficou com medo e deixou a casa com ódio na sua expressão.

Nas terras reais só há mulheres, crianças, animais e um louro dizendo: era tudo gente...

O antônimo de gente é animal. A ave nos quis dizer que os homens viraram animais.

Só há um ser capaz de fazer isso: a feiticeira Circe. Ela possui uma magia bem potente.

Se Circe não estiver presente nesta estória, juro a vocês que não conheço ninguém mais.

Ela é deusa do amor físico, dos sonhos divinatórios, das maldições, da morte horrenda,

da magia negra. É rainha das bruxas e feiticeiras. Sua magia vem dos filtros, poções

e pós mágicos. É deusa da lua nova também! À sua beleza, não há quem não se renda.

A Circe tem poder sobre os falcões. Ela é filha da ninfa Pérsia com Hélios, o deus sol.

Circe foi exilada por matar o marido, rei de Sarmata, fato que a todos causou comoções.

Seu lugar de exílio chama Ilha Eana, que significa prantear. Assim que alguém chegou

CAPÍTULO OITO - RECARREGANDO AS FORÇAS

Á ilha vê uma luz tênue e fúnebre. Com uma varinha Circe pratica a zoomorfização.

Consta na estória da mitologia grega que ela fora derrotada pelo corajoso Odisseu.

Por Rhiannon, Apolinária! Estamos diante de uma criatura muito perigosa então!

Certíssima, Fada Arco-Íris! Que Apolinária não disse que Laodêmio não é rei, eu

Creio que Laodêmio é uma pessoa da plebe, daí usar a linguagem popular, por sinal.

Talvez por gratidão, ou por um fortíssimo encantamento ele se tornou lacaio dela;

Vamos dar corda ao Laodêmio. Ele acredita que estamos inocentes na estória afinal,

Assim ele nos levara à deusa Circe e lá veremos o que de ruim o destino nos revala.

Meu amado, tô medo! Os deuses são poderosos, nós somos encarnação da fragilidade!

Apolinária, se eu e Fada Sol lhe contarmos o que já passamos com o Grilo...isso é nada!

Não assuste Apolinária, Fada Arco-Íris. Há sempre uma saída para qualquer enrascada.

Vamos dormir, descansar, par estarmos bem fisicamente para encarar a dura realidade.

De fato, Fada Sol! Amanhã nós chegamos ao castelo real e lá o perigo que nos espera.

Apolinária! Fada Arco-Íris! Grilo! Boa noite! Amanhã saberemos quem é a nossa fera.

CAPÍTULO NOVE - ENFRENTANDO A CIRCE

Laodêmio, meu criado, q que trouxe par sua ama e senhora e que seja do meu agrado?

Minha deusa, trouxe algo diferente do que tenha trazido para a senhora ultimamente.

Sabendo que minha deusa tava enjoada de humanos, trouxe seres do mundo encantado.

Que maravilha, lacaio! Feitiçaria feita com seres encantados ficará ainda mais eficiente.

Deixe-me ver o que trouxe para mim: duas fadas, uma borboleta e um pequeno grilo.

Minha deusa querida, os insetos não são comuns, eles falam e as duas fadas também.

Os sonhos divinatórios se concretizaram. Os pequeninos assustados... Que era aquilo!

Uma linda mulher bem vestida, com uma voz muito encantadora e bastante má, porém.

A Borboleta e o Grilo são protegidos do deus Apolo e ambos são sábios como ninguém.

Como sei? Sou uma deusa! Sei tudo sobre vocês graças ao meu poder. Conhece-os bem.

Vocês são do Portal dos Sonhos e Magia... vieram aqui para se intrometerem comigo!

Tá bom! Podem ficar tranquilos! Em breve vou apresentá-los a Tânatos, deus da morte!

Em círculos, e vocês no meio, estarão as aves insetívoras, se vocês queiram outra sorte...

Servo, adorei as prendas! Minha felicidade é tanta que tento controlá-la e não consigo.

CAPÍTULO DEZ - COMO SAIR DA ENCRENCA

Usarei a magia para sairmos daqui. Fada Arco-Íris mexe em vão com a varinha mágica.

A situação está complicada! Aqui minha magia não funciona, não tem nenhum poder.

Os pássaros comem de insetos. Não sou inseto, voarei pra evitar a nossa morte trágica.

Exato! Os pássaros não se alimentam de fadas, todavia podem lhe machucar para valer.

Tenho que correr esse risco, Apolinária! É a única forma que encontrei de nos ajudar.

Não precisa correr tal risco. Odisseu venceu Circe com o apoio dos deuses mitológicos.

A ideia é essa mesma, contudo acredito que chamar o deus Tânatos me parece ilógico.

A ideia é sem lógica. Se os deuses não podem com Tânatos, nós é que vamos aguentar?

Apolinária, minha amada Borboleta, pode parecer absurdo, mas não é. Comigo reflita!

Circe quer matar-nos. Faremos Tânatos ver que não está na hora do nosso falecimento.

Por que morremos? Porque as parcas no seu tear cortam nossa linha da vida, acredita?

Tânatos surgiu, peço a ele pra consultar as parcas, assim temos da morte o afastamento.

Você não é um deus, meu querido! E se morrer na mão dele for a nossa cruel desdita?

Não tema, Apolinária minha amada! Algo me diz para confiar no meu pressentimento.

CAPÍTULO ONZE - ORIGEM DA VIDA E DA MORTE

Que estória é esta de Tânatos e parcas serem responsáveis pela morte. Não entendi nada.

Vou lhe explicar, Fada Arco-Íris, desde o começo, explicando tudo tintim por tintim.

As almas moram no inferno, governado por Hades. Ao morrermos, lá é a nossa parada.

No inferno há um paraíso chamado Campos Elíseos. As almas boas ficam lá. Sem fim.

Uma alma precisa encarnar ou reencarnar por algum motivo que não vem ao caso agora.

Isso acontecerá se: as parcas tecerem a linha da vida e essa alma atravessar o rio Lete.

Para adquirir a reencarnação uma alma não pode se lembrar da vida que tivera outrora.

Para chegar a este nível de esquecimento de não se lembrar de nada totalmente, compete

A essa alma cruzar o rio Lete cuja água garanta isso. Fica nos Campos Elíseos?! Exato!

Com a linha do tempo e da vida, atravessando rio Lete, a alma está pronta à encarnação.

Às vezes o homem na vida ofende Hades, aí o castigo quem vem buscá-lo é o Tânatos.

Se for natural, pedida por um deus, para alguém morrer as parcas tomaram tal decisão.

Quando o ser morre é porque elas cortaram a linha da vida do mero mortal. Isso é fato!

Nesse caso o sujeito morrerá de envelhecimento ou de uma doença; sem contestação.

CAPÍTULO DOZE - OS DEUSES: DONOS DA VIDA E DA MORTE

Se morte é solicitada por um deus, geralmente é vingança divina e aí a morte será cruel.

Uma doença lhe trará muito sofrimento, ou um assassinato ou de uma forma terrível.

Grilante, estou boquiaberto com tudo isso! Na minha visão, tudo isso é fora do normal.

Voltando aos Campos Elíseos a alma cruza de novo o rio Lete, lembra de tudo afinal.

Das outras vidas pregressas que ela teve e daquela vida que essa alma acabara de ter.

Viu Fada Arco-ìris! Apesar de ser tão complexo, não é assim tão difícil de entender.

A decisão sobre a vida é dos deuses do Olimpo com a permissão das parcas e Hades.

A morte também segue o mesmo itinerário. Tudo conforme aos deuses e sua vontades.

Os deuses são responsáveis pela nossa vida, eis o motivo do homem ser a eles submisso.

Os deuses são iguais a nós nos sentimentos, contrariando-os pagamos na hora por isso.

Se obedecermos ao pé da letra, teremos deles todas as regalias. Resumindo: benesses.

Agora sei o porquê de se construir os templos e as oferendas aos deuses do Olimpo.

Pois é, Fada Arco-Íris. Sobre os deuses mitológicos, coloquei tudo pra em prato limpo.

Para nós compete ficarmos em harmonia com eles através também de nossas preces.

CAPÍTULO TREZE - AS PARCAS

Amigo Grilante, sobre as parcas, fale mais um pouco para que eu possa entender!

Quero dizer que nenhum deus pode alterar as decisões de vida ou de morte das parcas.

Se um mortal morrer por algum castigo dos deuses é porque elas consentiram pra valer.

Tecer linha da vida, guiar o nascer do homem, a luz pra sair do Tártaro são suas marcas.

Tártaro?! São crostas dentais enrijecidas que saem com de um instrumento de dentista!

Apolinária e Grilo Falante riem tanto que as lágrimas soltam aos olhos em abundância.

Depois lhe falo do Tártaro. Continuemos com as parcas pra não perder o ponto de vista.

Parcas, três senhoras: Cloto, tece fio;Laquesis, põe linha no tear, a outra é redundância

Em inflexibilidade. Chama-se Atropos, ela corta sem dó o fio que nos da a nossa vida.

Depois do deus Apolo/Febo, as parcas aparecem segundo lugar nas consultas ao oráculo

A fim de que o homem modifique o seu futuro de onde a mesma estava quiçá destruída.

Se as parcas são de fáceis consulta em oráculos seria bom consultá-las e não o Tânatos?

Exato, Fada Arco-Íris! Descartoideia de consultar Tânatos. Ele será mais um obstáculo.

Que bom! Só de saber que não consultará ao Tânatos, tira-me os pensamentos chatos.

CAPÍTULO CATORZE - TÁRTARO

Você está parcialmente certa. Tártaro também é aquela crosta dura da dentição humana,

Porém na mitologia grega, Tártaro é a lugar para onde vão os deuses quando derrotados

Na batalha final, derradeira com outros deuses. O deus Tânatos toma conta desse lugar.

Somente as parcas têm o segredo de ir ao Tártaro e voltar dele com todos os cuidados.

Tânatos é um deus muito forte. Tem as entranhas feitas de bronze e o coração de ferro.

Na maioria das vezes é descrito como criatura de rosto envelhecido coberto com véu

e uma foice na mão. Possui uma expressão horrenda de levar qualquer mortal ao berro

Só de olhar. Já não basta o fato de tirar de nós a vida sem nenhum remoroso ou perdão.

Esse deus é perigoso, Grilante! Mexe com ele não. Peço-lhe de joelho se preciso for!

Não precisa, amiga Fada Arco-Íris! A sua ideia em relação a minha é muito melhor.

Ah, que bom! Uma preocupação a menos. Agora o que fazer para sair dessa enrascada.

Tenho um plano. Dependerá da consulta que farei as parcas. Se tivermos direito a vida...

Deixemos o conversê. Daremos início aos procedimentos. Fique perto de mim, querida!

Orações e consultas são feitas às parcas. Se os nossos heróis vão morrer... que nada!

CAPÍTULO QUINZE - EM AÇÃO

As aves carcerárias ao verem as deusas da vida e da morte abandonaram o recinto.

Vamos, Grilante e Apolinária, sair daqui, visto que nossos algozes desapareceram.

Fada Arco-Íris, não podemos sair daqui! Circe irá atrás de nós de qualquer jeito, sinto...

Ficaremos aqui! Vamos para o embate com deusa Circe e seus comparsas que correram.

Fada Arco-Íris, o meu amado tem um plano e a minha intuição pede para executá-lo.

Oh, seres que amam o perigo! Tá bom, eu fico! Quem manda ter amigos doidos assim!

Fugir daqui não vai resolver o problema. Lá na frente ele aparecerá de novo num estalo,

Minha amiga Fada Arco-Íris. Nós cortaremos o mal pela raiz e nessa estória por um fim.

Já disse tá bom! A saída é pedir proteções divinas e torcer para tudo sair nos conformes.

De repente deusa Circe aparece com seus lacaios. Tolos! Não fugiram, seus retardados!

Ao ouvir a voz da rainha das bruxas, nossos pequeninos heróis levam sustos enormes.

Vocês foram pedir ajuda aos deuses?! Cadê-los? Eles esqueceram de vocês, mas eu não!

Serei superpoderosa! Sendo seres mágicos, com vocês meus poderes serão ilimitados.

Para não desinteressar minhas poções, eu vou utilizar a minha varinha de condão.

CAPÍTULO DEZESSEIS - CONFRONTO

O Grilo diz baixinho: Fadas Arco-Íris, Sol, Apolinária, colem em mim rapidamente!

Fada Arco-Íris, transforme sua vara de condão em espelho. Entrega-mo imediatamente.

Circe joga sua magia, o Grilo a recebe com espelho e esta volta ao lugar de onde veio.

Ao retornar, a forte magia transforma a rainha das feiticeiras num animal bastante feio.

Malditos! Que fizeram comigo? Vocês me pagam quando desmanchar o encantamento!

Circe, não somos adeptos da violência, vingança, maldade, tampouco de sofrimento.

Diga-nos o que podemos fazer para que a senhora volte rápido à sua normalidade.

Grilante, não faça isso! Vamos embora! Vencemos!Mantemos nossa física integridade.

Pois é, Fada Arco-Íris! Salvemos nossa integridade física e a nossa integridade moral?

Repito: não somos vingativos, omissos; se podemos ajudá-la nisso não há nenhum mal.

Você é ingênuo, Grilante!Se dermos a mão à ela, não seremos retribuído com o bem!

Pelos nossos princípios éticos, não podemos deixar Circe assim. Circe, como ajudá-la?

Há uma poção num frasco cor de rosa... pra voltar ao ser o que era antes, basta tomá-la!

Se demorarem alguns minutos e eu não tomar a poção; ninguém me ajudará, ninguém!

CAPÍTULO DEZESSETE - GESTO NOBRE

Fada Sol, traga-nos rápido sua varinha mágica e a poção de que a deusa Circe necessita.

Para esse caso a minha varinha não resolve. Dê-me a varinha da deusa das feiticeiras.

Imediatamente o rabo da criatura horrenda empurra a varinha mágica em direção à fada.

Fada Sol consegue a trazer a porção que o monstro ao tomar faz caretas bem grosseiras.

Pronto. Circe voltou ser bela, os animais a serem gentes. Resolvemos enfim a pendenga.

A deusa olha pro Grilo, dirige-lhe palavra sem nenhum sentimento de ódio ou vingança.

Vou-me embora. Deixarei tudo como está. Sua nobreza deixou meu coração molenga.

Deixá-los-ei viver; não os colocarei em minhas poções, por enquanto. Saio de mudança.

Espero não cruzar de novo consigo, se não esquecerei sua nobreza e realizo meu sonho.

Infelizmente eu não tenho nenhum poder para dar vida sua adorada e simpática rainha.

Fui usada como pretexto para que a morte pudesse desencarná-la. Não é culpa minha.

A Circe some, deixando todos do reino radiantes de felicidade. Adeus reino tristonho.

Espero nunca mais ver essa maldita deusa à minha frente. Oh, terrível carne de pescoço!

O pássaro que dizia ser tudo gente era rei do lugar. Cuidar do meu povo agora eu posso.

O FILHO DA POETISA

Filho da Poetisa
Enviado por Filho da Poetisa em 29/03/2013
Reeditado em 29/03/2013
Código do texto: T4213874
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