CONTINHO DE MINHOCA

Debaixo do sombreiro de um enorme cogumelo me divertia entendendo que a vida existia. Naquela aba imensa eu me deleitava com a branda carícia da grama que fazia cócegas em meu narizinho quase imperceptível tão achatado que era.

_Que sombra gostosa! Não é todo mundo que tem o privilégio de desfrutá-la. Pobres almas pobres que mesmo tendo seu momento de sombra não conseguem lhe dar valor. Que riqueza! Mas quantos não dariam um tempo de suas próprias vidas para estarem aqui comigo?

De que me importa eu ser uma minhoca, me arrastar e comer terra? Tenho o dom de perceber a natureza e fazer parte dela. Que felicidade! Apenas a sombra do cogumelo e a grama roçando meu nariz!

Bem vinda amiga lagartixa...

05/01/1980 1:45

sonia dezute
Enviado por sonia dezute em 20/03/2013
Reeditado em 03/05/2013
Código do texto: T4198943
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