Sapeca, malandrinho.
Cedo ainda turvo com o galo cocoricando,
Orvalho na laranjeira e sabiá despertando.
Acorda o miúdo, curioso e falastrão,
Acordando toda a casa, às algazarras de brincalhão.
Pedindo pão e leite, biscoito e chocolate,
Assonado nem se lembra, de seus outros atrasados.
- seus dentes para escovar e esse seu rosto amassado?
Toma conta o tiritante! Seguindo para o lavabo.
Logo que termina o café dos contrariados,
Apega-se a uma bola e desce para o eirado.
Grosso, chuta toco, todo desengonçado,
Vira-se na arrelia, chutando pra todo lado.
Sapeca, malandrinho de olhos esbugalhados,
Rodeia, coça e desperta, a bicharada do quintal.
Chutando a bola na roseira balbucia assustado,
Olhando se tem olhos, vigiando tal pecado.
Chuta para fora e foge rápido para pegar,
Novamente assustado, vem cuidando de cuidados.
Sabes malandrinho, que na rua não podes ir,
Somente acompanhado de um adulto pra dirigir.
Com seus olhos esbugalhados quer seu tempo nesta era,
Não pede e logo nem pensa, sai o sapeca aloucado.
Cabelo sem pentear e tênis desamarrado,
Correndo pra escola, afoito, aos ares de atrasado.
Contudo, destro na esperteza olha para trás,
Com a bolsa pulando nas costas, dispensa um tchau e sorri.
Lembrando-se da bolada na roseira e a fuga pra rua,
Cruza malandrinho, o território de o bom saber.
... Continuo... Depois!
........... “ Catarino Salvador “.