A PRINCESINHA QUE SE PERDEU NA FLORESTA - II
A PRINCESINHA QUE SE PERDEU NA FLORESTA - II
O tempo senhor dos maus e dos bons é inexorável. Passa rápido.
E KAINHA, a princesinha que se perdera na floresta já estava crescida.
Moça bonita, cabelos louros cacheados, olhos verdes, pele alva, vivia
numa tribo indígena. Era a RAINHA daquele povo selvagem que lhe
adorava. Mesmo assim, com todas as honrarias, ela ajudava seu pess-
al nos serviços caseiros. Plantava mandioca, milho, escamava e lavava
os pescados e pelava as caças. O cacique não queria que a RAINHA de
seu povo fizesse o que não lhe cabia. Mas devido a sua simplicidade to-
dos a adoravam. Depois de sua chegada tudo melhorou para a tribo. A
caça aumentou,os rios ficaram mais piscosos e, por isto, o povo vivia
alegre e feliz.
Mas, numa bela noite de lua cheia ao pé de uma fogueira, KAINHA
observou a diferença de sua pele para a pele de seu povo. Então, per -
guntou ao cacique porque ela era diferente. Ele disse. Você é a nossa
RAINHA, apareceu do centro da floresta mandada por Tupã. Vinha com
os pássaros trinando em seu ombro e os colibris voando em sua volta.
Ao entrar em nossa clareira o pássaro mágico, o UIRAPURU, começou a
desatar seu canto maravilhoso, em sua homenagem, e os outros pássaros calaram. Tupã o deus do trovão foi bondoso com a nossa gente. Então, KAINHA que já não se lembrava do seu passado disse ao cacique que queria andar por outros lados da floresta, caminhar por trilhas que ainda não tinha visto. O morubixaba disse, o desejo de nossa RAINHA será satisfeito. Daqui a quatro luas virão os mercadores comprar as nossas mercadorias: pupunha, cupuaçu, peixes defumados para levarem para terras distantes. KAINHA então disse: quero conhecer também estas terras distantes nestes barcos que resvalam sobre as águas. O chefe ordenou aos indígenas que preparassem a viagem para irem até onde o grande lago engole o grande rio. Depois, viajaram muitos dias até chegarem ao lugar destinado. Os mercadores já estavam esperando. O cacique, que já falava um pouco a língua dos mercadores disse que iria com iria com KAINHA até o reino da Areia. Em dois dias partiram. Navegaram muitos dias. Viam somente água, mas após muitos dias chegaram ao destino. Os mercadores foram ao palácio para vender suas mercadorias e levaram KAINHA e o cacique para apresentarem ao rei e à rainha. A rainha mãe ficou observando aquela bela moça, mirou, mirou em seus olhos e correu para abraçá-la. Com o coração chorando, pois coração também chora, tanto de dor, quanto de alegria. Os eflúvios de sua alma vieram à terra, as lágrimas transformaram-se em cristais, Não parava de dizer, minha filha querida. Depois de muitas explicações o reino ficou em festa por muitos dias. O povo pulava de alegria. Mas neste meio tempo, entre o desaparecimento da KAINHA e a sua volta, nascera um belo menino, seu irmão. Pelas leis do país, KAINHA deveria assumir o trono, mas ela abdicou a favor de seu irmão. Falou que queria ver o zoar das cachoeiras, o cantar dos passarinhos, os rios correndo, o verde das matas, A BELEZA DA NATUREZA. O rei concordou, contudo impôs uma condição. KAINHA teria que vir visitá-los periodicamente. Ele mandaria sua frota biscá-la. Ficou tudo acertado.
KAINHA depois volta para seu novo mundo, duplamente alegre.
Primeiro porque conheceu sua família verdadeira, segundo estava voltando para sua aventureira liberdade. Continuaria a ajudar aquele
povo sofrido, embora feliz. E TODOS VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE,
Todavia não duvidem, KAINHA existe ainda, forte, brava, lutadora.