O menino que gostava de geleia
Dia de compras, o menino animava-se e não via a hora de chegar até a venda para passear entre as prateleiras de produtos enfileirados.
Todo esse ânimo tinha uma explicação, estante de geleias que o esperava. Tão logo punha os pés dentro do ambiente, pegava um carrinho de compra e saia tirando fina nos produtos que tinha pela frente. Tudo para ir rapidamente para seu setor preferido, das geleias.
Já de frente pra elas falava repetidas vezes: As naturais, as naturais...
E identificando as de seu gosto, começava a colocá-las desenfreada e repetidamente dentro do seu carrinho. Nem olhava o preço, mas, o pai e a mãe! Esses ficavam desanimados... O menino só pensava no estrago que ia fazer com elas depois que estivessem bem geladinhas, chegava até a salivar, colocava a linguinha pra fora, assim meio de lado e fazia huummmmm!! quando diziam tá bom! Já tinha pra mais de vinte.
Chegando em casa algumas iam direto pra geladeira, ai era só esperar a hora. Colherzinha na mão e já! Tascava a primeira e o bom era arrancar a borrachinha de vedação, por causa do estalinho que fazia saindo a pressão que segura a tampa no vidro. Era uma risada longa e gostosa, ai começava a busca pelo fundo do copo. Colherada ia, colherada vinha e a geleia esvaindo-se ao mesmo tempo que olhava pra sua barriga que aumentava de volume. Acabando e farto colocava o copo e acolher na pia, corria novamente pra geladeira e abria a porta, fitava por alguns minutos os copos de geleia no interior da geladeira com olhar que dizia: Mais tarde vocês não me escapam! Fechava e ia para seus brinquedos. Creio que se as geleias falassem diriam: Que menino mal vai voltar para nos devorar.