BALIDO OU LATIDO?

BALIDO OU LATIDO?

A ovelhinha uma vez se perdeu na cidade, acabou adotada por uma velha por sua felicidade.

Uma velha totalmente caduca, com mania de usar preto e também peruca, sem contar que velha também era meio cega e morava em uma grande adega.

A velha achou engraçado o andar daquela cadela, por debaixo de tanto pelo ela era muito magricela.

A velha ficou contente, pois precisava de um cão valente, cão com um latido muito forte que fosse escutado do sul ao norte.

A velha caduca levou a ovelha para a adega, apresentou a cadela “fera” para o seu colega, um velho que era meio surdo que achava que ter um animal era um absurdo.

A velha falou que o latido espantaria o ladrão, seria tão forte que até traria o quadro do São Onofre para o chão.

Para provar o latido para o velho cutucou a ovelha com um pau, esperando uma sequencia de au-au.

“Bé-bé” foi de imediata a resposta e a velha caduca caiu de costa.

O Velho surdo acudiu a donzela, levando-a sim para a janela. Donzela sim, pois ela ficará caduca ao ser abandonada na capela por um canastrão sem cautela.

Ah! A velha já sabia que sua cadela era de raça francesa veio da Europa e morava com a realeza.

“Pudo” é o nome da raça estranha, tem de pelagem branca e também castanha.

Está resolvido o problema da senhora idosa com coração gelado e alma impiedosa, agora aprenderia amar o tal cão, pois este não a abandonaria nem em oração.

O pobre do velho ficou triste do canto, às vezes suspirava para não cair no pranto.

O cão que era uma doce ovelha, na alma da velha acendeu uma centelha. Ela falava para todos: “meu cão é feroz, dou a ele dieta vegetariana para mantê-lo veloz”.

O velho no canto confirmava calado, mas no fundo depois que o “cão” veio ele era mais notado.

O cão engordava e ficava airoso e com o gênio cada vez mais manhoso. Amava a velha incondicionalmente parecia que sempre tinha a velha na mente, mas um dia ela ficou muito abatida e com a barriga muito distendida. Solução levar no veterinário, ele cuidava do leão e do canário.

“O que estava ocorrendo com animal tão grácil era um diagnostico muito fácil. A ovelha esta grávida e isso é uma dádiva. Você terá leite e lã, provavelmente nascerá o filhote até amanhã.”

O mundo da velha acabara naquele momento, perdera a razão e o julgamento.

“Ovelha minha cadela vigia?”

Para a velha isso foi uma agonia, ela nem prestou atenção que a ovelha iria parir. A velha só pensava em sumir.

O parto foi bem sofrido, o velho ajudou comovido, durou a noite inteira e velha no aposento só gritava asneira.

A velha ao ver o velho ajudando o animal brigou com ele de maneira brutal.

Naquela manhã o velho para o albergue foi com o coração gelado como um iceberg. Jamais esteve à altura da mulher amada, agora não a teria mais como namorada.

O destino age de forma misteriosa e foi dormir a noite a senhora idosa.

Nem fechou a porta que dava para o quintal pois não queria ver aquele animal

A meia noite de lua inteira acorda a velha de maneira não costumeira. Sua casa invadida por um ladrão queria tudo até manda-la para o caixão.

Quando o bandido joga-a no chão, a ovelha vê isso e quebra o portão. Ataca o maldito do ladrão que cai de bunda no chão. Era tanto “bé” que acordou a vizinhança, que correram para a adega com desconfiança.

Prenderam o maldito ladrão.

A ovelha cadela agonizava no chão. O humano esfaqueou a branca cadela que tinha a alma apagada como uma vela.

A velha caduca que já não era mais caduca por causa do amor de um animal se sentiu a própria animal, ela foi abandonada na capela e abandonara a ovelha embaixo da janela.

“Bé bé bébé” a ovelha criança?! Ainda há esperança.

Chamou o velho de volta para a sua morada, mesmo triste mostrou a ele uma risada.

Falou apenas “Aceito seremos felizes sim!”.

Ele sabia que um episódio de sua vida chegara ao fim.

O idoso casou com a idosa que passou a ser uma senhora bondosa.

A ovelhinha viveu como rainha francesa, ou melhor, uma linda princesa.

Fim

André Zanarella 06-01-2013

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 26/01/2013
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