UM DUENDE NO QUARTO DA MENINA SOPHIA

Sophia acordou cedo e passou o dia brincando com seus bonecos piratas de madeira, no alto de seus cinco anos já conseguia imaginar grandiosas batalhas navais. Rios enormes foram cercados pela grande frota naval do pirata Barba Ruiva, ele amedrontou aquela bela cidade de delicadas casinhas de boneca com seu cachimbo fedorento e suas sobrancelhas franzidas e peludas, dando a ele um ar de muito, muito mal! Então, vinda dos confins do reino da fantasia a fada sininho chegou para salvar a todos da cidade encantada, pegou na mão do príncipe Artur, enamorado da princesa Cachinhos de Ouro, e jogando-o pozinho de pilimpimpim, fez brotar do nada um grande exercito, que o príncipe, com sabedoria e destreza fez derrotar todos aqueles piratas malvados que assolavam a cidade fantasia...

A menina, feliz com o final fantástico de suas histórias sentiu sua barriga roncar e foi de pronto até sua cozinha para verificar o que Dona Flor andava cozinhando para o almoço. Bateu um delicioso prato de macarrão foi feliz e toda prosa para sua escola.

Ao chegar em casa, viu tv, mexeu um pouco em seus brinquedos, tomou um banho e já com seus olhos fechando de soninho, recolheu-se na sua cama. Ia num sono bem gostoso quando de repente sentiu que algo tocada suas orelhas suavemente. Suas mãozinhas pequeninas coçavam suas orelhas pensando ser o motivo da coceira algum mosquito inconveniente. Entretanto, seja lá o que fosse, continuava a incomodar. "Ai que saco, eu quero dormir!" Resmungou a menina entre os dentes cheia de sono quando escutou um sussurrar baixinho em seus ouvidos: "Ei, para de me espantar, sou eu, Tuli, o duende do seu quarto. Eu quero brincar, acorda vai."

A menina muito surpresa, que só vira duendes em gravuras de livros infantis rapidamente virou-se para ver quem falava com ela e houve que de espanto tratava-se mesmo de um duendezinho de orelhas compridas, roupas verdes com bolinhas brancas, um chapéu comprido com um sininho na ponta e um laçarote vermelho em forma de gravata.

"Tuli você existe?" Disse a menina mal podendo acreditar do que via. "Existo sim, sempre estive aqui, mas sou meio tímido, tinha medo de ir falar com você e você não querer brincar comigo, não me dar bola, sei lá..." Disse o duendezinho abaixando a cabeça com as bochechas ruborizadas.

Sophia, esfregando os olhos verdes para espantar o sonho e melhor enxergar aquele prodígio que se mostrava diante dela disse rapidamente: "Não, eu brinco! Eu brinco! Você quer brincar de que?"

E foram os dois mais novos amigos viver inúmeras aventuras de batalhas navais e conquistas de reinos perdidos... Tuli fazia a brincadeira tornar-se mágica, jogando pós encantados que trazia em seus bolsinhos em cima dos bonecos, que com eles ganhavam vida e até falavam, interagindo entre si. Sofia, sem caber em si de tanto entusiasmo e alegria dava gritinhos de felicidade.

"Eu não acredito! Eu não acredito! Tuli brincar com você é muito legal!" Tuli sorria contente de estar alegrando a menina que há tanto já amava.

Assistia a todos os fatos da vida de Sophia já há muito, muito tempo. O Senhor dos Guinomos o tinha ordenado que habitasse e protegesse o quarto da menina Sophia assim que ela nascera, mas ele, meio tímido, meio tonto, sempre tivera medo de se apresentar.

Sophia o olhava encantada como se ele fosse a coisa mais maravilhosa que ela já tinha visto em toda sua vida! "Tuli..." Disse a menina colocando a ponta de seu dedinho indicador sobre o narizinho do duende. "Você é tão bonitinho." E riu. Tuli novamente ruborizou-se. "Agora vamos dormir menina Sophia, amanhã a senhorita acorda cedo e eu preciso descansar também para a proteger cada vez melhor!" "A partir de hoje, brincaremos juntos todas as noites." E jogando pozinho de pilimpimpim sobre a menina fez com que ela adormecesse num sono profundo e gostoso, dormindo bem a noite inteira!

Clarice Ferreira

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