O menino da cabeça de balão
Numa cidadezinha pacata nas brenhas do interior gaúcho nasceu um menino com a cabeça de balão. O menino nunca saiu de casa, pelo menos até completar os três anos. Neste dia já não aguentando mais ficar dentro de casa teve uma ideia. Foi até a roseira que mãe tinha dentro de casa e arrancou o maior espinho que tinha e guardou no bolço.
Correu para porta de saída, abriu-a e assim que pôs os pés de fora uma rajada de vento o levou para o céu. E lá foi ele, subindo... subindo... subindo. Ficou pertinho das nuvens e achou a vista maravilhosa, dava para ver tudo: A pracinha da cidade, a escola e o parquinho de crianças.
Só que o tempo foi passando...passando... Veio a noite, veio o dia, veio a noite de novo, outra vez o dia e a fome começou a apertar. Lá em baixo todos procuravam pelo menino, principalmente os pais. Foi quando ele lembrou do espinho que butará no bolço, enfiou a mão no bolço e com o espinho furou sua cabeça que fez um barulhinho deste jeito: Shiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!! e começou a rodopiar igual um balão solto sem nó em festa de aniversário. Caiu dentro de uma lagoa cheia de sapo e foi sapo pulando pra todo lado, ai nadou bem depressa, saiu e correu pra casa. Pegou o quite de remendo e a bombinha de encher pneu da bicicleta do pai, pôs um remendo no furo que fez no quengo e botou a mangueirinha de ar na boca e começou a encher... encher... Até que ficou no tamanho que queria. Ai correu pra sala da sua casinha onde estava seus pais que o abraçaram, deram-lhe comida e carinho. Ele contou tudo o que fez para os pais que riram muito da situação e pediram que ele tivesse mais cuidado.