Hoje eu queria publicar uma história para  as crianças. Fui até a casa de minha mãe e pedi que me ajudasse a lembrar uma que ela mais gostava de contar quando eu e meus irmãos éramos pequenos. Eis aqui a preferida:


    Era uma vez uma onça muito grande e brava. Ela tinha uma plantação de abóboras lá no meio da floresta. Sendo muito má, não deixava nenhum dos bichos chegarem perto de sua roça. Nunca deu nenhuma abobrinha verde e nem madura para matar a fome dos vizinhos. Comia tudo sozinha e o que não comia deixava apodrecer no mato.

    Um dia, um tatu viajante passou perto da plantação e sem saber se tinha dono, resolveu entrar por um buraco da cerca e comer uma abobrinha. Estava bem tranquilo quando avistou de longe a onça a caminho da lavoura. Assustado se escondeu dentro de uma abóbora madura, a fim de esperar a onça ir embora.
    A onça chegou rosnando e disse a si mesma:
    -Estou sentindo cheiro de tatu. Será que tem algum tatu roubando minhas abóboras?
   A pintada ficou muito raivosa e começou a procurar... Por sua vez o pobre tatu tremia de medo e ficou mais assustado quando ela apanhou e colocou nas costas a abóbora em que ele estava.
    No meio do caminho ela se cansou e disse:
    -Credo! Mais que trem pesado sô.  Estou suando! Preciso descansar um pouquinho.
    O tatu aproveitou a oportunidade e saiu. Não deu outra. A onça o viu tentando escapulir.
    -Ahhh, então é o senhor que estava aí dentro né? Que bom! Vou comer ensopado de tatu com abóbora.
    O tatu corre daqui, corre dali, escondeu-se num buraco. A onça tentou alcança-lo com a pata, mas não conseguiu. Chamou o sapo e disse:
    - Compadre Sapo, olha aqui. Vou até minha casa pegar uma enxada para cavar e pegar um tatu. Põe sentido na entrada do buraco. Fica aí até eu voltar, se o bicho fugir eu vou fazer ensopado de sapo com abóbora, tá me escutando?
    O Sapo ficou ali vigiando, de olho bem arregalado olhando o esconderijo. O tatu, muito esperto teve uma ideia para fugir antes de a onça chegar. Começou a mastigar ruidosamente e dizer:
    -Hummm, que trem gostoso só! Essa merenda tá muito boa!
    -O quê senhor está comendo, Seu Tatu?- perguntou o sapo.
    -É farinha com açúcar e queijo ralado, o senhor quer provar?
    O Sapo muito guloso disse:
    -Quero sim, dá um tiquinho pra mim!
    -Então fecha a boca e abra os olhos. - Disse o tatu.
    Nessa hora o tatu pegou um punhado de terra e jogou nos olhos do sapo.  Enquanto ele esfregava as vistas embaçadas o prisioneiro fugiu para bem longe.
    Quando a onça chegou com a enxada disse:
    -Ô compadre sapo, tem certeza que o tatu não fugiu? Ele ainda está lá dentro?
    -Tá sim, comadre onça! Ele não arredou o pé daqui. Eu juro!
    Começou a cavar. Ficou ali um tempão trabalhando e nada de tatu. A onça suava em bicas e praguejava.
    -Aquele Tatu danado deve ter fugido... Ahhh, mas eu não vou ficar no prejuízo. Hoje eu faço nem que seja um sapo cozido para o jantar.
    O sapo amedrontado com os rosnados furiosos da onça tratou de escapulir dali e correu em direção ao rio.
    Quando a comadre viu, correu atrás do sapo, conseguindo ainda pegar-lhe numa perna. Quando ele se viu com a perna presa, disse:

    - Comadre onça a senhora é muito boba, pensa que uma raiz de árvore é minha perna.

     Ouvindo isto a onça soltou-o, e então pegou na raiz. Aí o sapo disse:
    -Ai, ai, solta a minha perninha comadre onça, por favor!
    A pintada se agarrou na raiz e não soltava. O sapo aproveitou, saiu nadando e escondeu-se lá no fundo do rio, assim escapou de virar jantar da comadre felina.

    A onça ficou muito contrariada.  Sem tatu e nem sapo, acabou indo embora para casa, onde preparou uma farofa de abóbora com farinha para não dormir com fome.

        
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                                                     Imagens google





                            

 

Muito Obrigada, mãe! A senhora tem coração de criança.
Que Nossa Senhora Aparecida te proteja  hoje e sempre. Proteja também a todas as crianças pequenas e grandes do mundo inteiro.

 
Maria Mineira
Enviado por Maria Mineira em 12/10/2012
Reeditado em 12/10/2012
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