Gordinha voadora - O Clube dos Micos
O Clube dos Micos
Tereza Yamashita
O Clube dos Micos
O clube desta história não é freqüentado pelos micos que vivem nas matas, esses macaquinhos da hora, divertidos e malandros: o mico-leão-dourado, o mico-leão-preto, o mico-de-topete ou o mico-ruivo. Apesar de constituírem assunto legal, eles não visitam o nosso clube. Aliás, eu já li bastante sobre eles. Muitos deles estão em extinção, você sabia?
Mas esta é outra história. A minha história é a do Clube dos Micos meeesmooo. Sabe? Esse mico que você paga quando está passando na frente de um menino lindo e acaba catando cavaco bem na frente dele. Pois é, os nossos micos são parecidos com esse!
Antes de mais nada, vou apresentar a galera:
A primeira sócia do clube é a Carol: sempre fazendo regime, pois é bem gordinha… Digo, gordona. Ela tem um sorriso lindo. Seu maior defeito: comer e comer e comer doces. Ela tem um sotaque engraçado, pois é baiana. Às vezes, solta umas palavras divertidas, como: vixe, oxente, galalau, percata, bacuri. Eu já aprendi um montão delas!
A segunda sócia é a Biju: ela é um pouco estranha, não é feia, mas é magérrima. Cospe na gente o tempo todo, por causa do aparelho ortodôntico e também porque fala rápido demais. Veste-se feito moleque, não tira o boné de jeito nenhum. Metida a intelectual que só vendo…
A terceira é a Olga: perfil exótico, na certa por ela ser mestiça, a mãe é japonesa e o pai é brasileiro. Adora artes marciais, principalmente judô e caratê. Tem o cabelo tingido de acajú, usa óculos redondinhos e vive emburrada (acho que é só charme). Ela é a filha caçula. É a raspa de tacho, como dizem. Seus pais já eram idosos quando ela nasceu.
A quarta é a Aninha: apesar de ser baixinha, peitudinha, bundudinha e loirinha, ela dança muito bem. De dar inveja a muita magricela do balé. As pessoas diziam que pra ser bailarina ela teria que ser alta, magra, reta e mais do que branca, ela teria que ser branquíssima, pálida. Mas ela é o oposto! Dá pra imaginar?
A quinta é a Fran (esta que vos fala): também sou mestiça, sou filha de um espanhol com uma negra. Minha avó sempre me chama de Francisquinha, Francis, Quiquinha, Quinha… Cisquinha, então, é de morrer. Eu imploro a ela que nunca me chame assim perto das minhas amigas. Graças a Deus, ela nunca me chamou. Pelo menos esse mico eu não paguei.
Você está rindo?
Vai me dizer que nunca pagou um mico?
Aposto que já catou um, dois, três cavacos na frente de alguém. Pode me contar.
Aqui, no nosso clube, sempre contamos os nossos micos. Foi a forma que achamos de nos divertir, sei lá, conversar, desabafar e aprender com os vexames. Tá preparada pra rir? Pode chorar também, se quiser. Como dizia a minha vó, muitos micos são do tamanho de um bonde, estão mais para gorila, isso sim.
Antes de a gente começar, primeiro diga estas palavras, elas são a senha do nosso clube:
Micos, miquinhos e micões,
se tiverem que aparecer
apareçam só uma vez
e não reapareçam jamais!
Se um mico já é ruim
dois micos são o terror,
três micos são de morte!
Boa sorte, está aberta a sessão.
Gordinha voadora
— Eu nasci assim — dizia Aninha. — Eu sou BPB (baixinha, peitudinha, bundudinha). E loiríssima, e daí?
Aninha era demais, às vezes fazia o papel de loira burra, mas não era nem um pouco tapada! Era esperta, atrevida e atarracada. Vivia fazendo alongamento e dançava como ninguém.
No balé todas riam dela, disfarçadamente, mas riam. Diziam que pra ser bailarina ela teria que ser alta, magra, reta e branquinha, branquinha. Mas ela era corajosa e nunca desistiu do balé. Não sabíamos de onde vinha tanta coragem, até que um dia ela nos contou o seu maior mico.
— Conta logo, Aninha. Não enrola e pára de dançar, estou ficando tonta de tantos rodopios.
— Vixe, Aninha. Eu também tô ficando zureta — disse Carol revirando os olhos.
Aninha parou e se concentrou. Sentou-se com as pernas cruzadas sem apoiar as mãos no chão. E começou a chorar.
Fizemos um longo silêncio em solidariedade a ela. Foi um choro de raiva, dor, alegria e emoção.
— Eu sou BPB e me orgulho disso — repetiu Aninha com voz firme.
Todas nós aplaudimos e a abraçamos. Então ela começou.
Micos, miquinhos e micões,
se tiverem que aparecer
apareçam só uma vez
e não reapareçam jamais!
Se um mico já é ruim
dois micos são o terror,
três micos são de morte!
Boa sorte, está aberta a sessão.
— Nas aulas de balé, minha professora era muito exigente. Daquelas bem duronas, mas com um coração maravilhoso. No começo achei que ela me detestava. Me colocava pra refazer os exercícios várias vezes. A ponta dos meus pés chegava a doer. Eu chorava o tempo todo e pedia pra minha mãe para eu poder parar.
— Sua mãe não tinha dó de você?— perguntou Olga.
— Minha mãe nunca me deixou desistir e dizia que era assim mesmo, pra eu ter paciência, que essa professora era muito conceituada e sabia o que estava fazendo. Eu cheguei a faltar várias aulas, mentindo que estava doente, gripada, com dor no pés. Até que minha mãe sacou e não caiu mais nas minha lorotas.
— Puxa! Ela deve ter te colocado de castigo.
— Pois é, Biju. Fiquei um mês de castigo. Sem mesada e sem poder telefonar, imaginem só, sem o meu querido celular!
— Ah! Eu me lembro. Eu só deixava recados, dona Maria é fogo!
— Eu que o diga! — disse Olga, como quem já tivesse caído nas boas graças de dona Maria.
— Vocês se lembram da minha primeira apresentação de balé?
— É, você não nos convidou, não é mesmo? — irritou-se Biju.
— Morremos de raiva de você, achamos que só as meninas que faziam balé e eram entendidas em dança podiam ser convidadas — disse Olga.
— É, suas melhores amigas ficaram de escanteio — disse Carol, com ar chateado.
— Então, hoje eu vou explicar — disse Aninha, bastante constrangida.
— Já não era sem tempo! — sussurou Fran, com a testa franzida.
— Puxa! Não pensei que vocês tivessem ficado tão chateadas — comentou Aninha.
— Ficamos! — responderam as quatro ao mesmo tempo.
— Me desculpem, mas tive um bom motivo. O maior mico da minha vida.
Parou, respirou fundo e começou:
— Eu andava querendo desistir do balé. Poxa, já estava há um ano e nem conseguia fazer um movimento direito. Sempre ouvia gozações, de que eram os meus peitões que atrapalhavam, que eram pesados demais. De que era a minha bunda que era a culpada, era roliça demais, ou pior, eram as minhas pernas curtas que não ajudavam.
— Que horror Aninha, que amigas, hein? — comentou Biju.
— Isso não era nada, outras meninas já me ofendiam mesmo, diziam que eu era loira-burra. Que eu não percebia a diferença entre elas e as verdadeiras bailarinas.
— E você, Aninha, não dizia nada? — perguntou Carol já apoquentada.
— Tudo isso me magoava muito. Estava odiando o meu corpo e a minha mãe, que não me deixava desistir.
— Cruz credo! Como você agüentou? — perguntou Biju inconformada.
— Era o meu sonho, eu queria dançar e flutuar. Um sonho impossível… Um dia me tranquei no quarto e disse que nem amarrada eu iria ao balé. Já tinha me decidido, eu nunca conseguiria dançar, eu era BPB e não tinha jeito. Tinha desistido.
— E a sua mãe deixou? — Carol quis saber.
— Minha mãe ficou possessa, entrou no quarto e me passou o maior sermão. Disse tanta coisa que dessa vez fui eu quem ficou zonza. No fundo ela tinha razão, então resolvi que tentaria uma última vez. Chegando ao balé, no final da aula, tomei outro sermão. Minha professora estava tão brava. Falou que a minha mãe havia conversado com ela há uns dias, dizendo que talvez eu não levasse jeito e talvez fosse melhor eu parar, que eu estava triste e desanimada. Ela também soltou o verbo e disse que eu era o principal empecilho por não estar conseguindo dançar.
— Como assim? — perguntou Fran.
— Eu respondi que sim, que eu realmente era um empecilho, ou melhor, o meu corpo era o maior empecilho que uma dançarina podia ter. Baixa, peituda e bunduda, o que ela esperava de mim? “Disciplina”, ela respodeu bem alto. “Disciplina e força de vontade, a sua mente é o seu corpo”, ela repetia igual a um papagaio. Saí de lá com a cabeça quente, só ouvindo os ecos: “Disciplina e força de vontade, a sua mente é o seu corpo”. De noite eu até tive pesadelos horríveis: eu no palco e a platéia rindo de mim.
— Nossa! Que pesadelo! Você passou por uns maus bocados, hein? Por que não nos contou? — indagou Olga.
— Eu queria resolver isso sozinha, tudo dependia de mim.
— Eu entendo — disse Carol.
— Então resolvi tentar: disciplina e força de vontade. A sua mente é o seu corpo. Eu repetia isso umas vinte mil vezes, quem sabe daria certo. Faltavam poucos meses pra primeira apresentação do grupo. Tapei os meus ouvidos, e os comentários maldosos eu fingia que nem ouvia. E assim comecei a me dedicar às aulas e ensaiava até em casa. Me espantei, pois estava evoluindo cada vez mais e começava a pegar o gosto pela dança. As minhas pernas pareciam me obedecer e, apesar do meu corpo não ser o ideal, ele começava a flutuar. Mas tudo começou a dar errado de novo.
— Ué, o que poderia dar errado? — perguntou Fran.
-— Minha professora me aprontou. Ela ficou muito empolgada comigo. Me escolheu pra ser a primeira bailarina, vê se pode?! Gozação, não é mesmo?
— Caramba, ela fez isso?
— E as outra meninas? Chiaram até! Choraram e se descabelaram, né?
— É! Como uma baixotinha podia ser a primeira bailarina? Todas me olhavam com ódio e sarcasmo. Eu me senti humilhada. E saí correndo da aula. À noite, minha professora foi em casa… Quanta honra! Fiquei de boca aberta. Desci, desconfiada, e lá estava ela conversando com meus pais. Enquanto descia as escadas, eu pensei: “Ela vai me pedir desculpas, errou na escolha, não sabia onde estava com a cabeça, pensou melhor…” Mas que nada! Ela se levantou e disse: “A minha primera bailarina está se sentindo melhor?”
— Caramba! Ela estava doida mesmo!
— Pois é, Olga. Ela veio contar aos meus pais a novidade. Estava orgulhosa de mim, pelo visto. Meus pais nem acreditaram, ficaram nas nuvens. Ela disse que a roupa sairia caro, pois teriam que mandar fazer (eu não estava nos padrões). Não dava pra alugar. Veio ver se eles concordavam. Meus pais adoraram, e se dispuseram a pagar o preço que fosse necessário. Eles riam, falavam e combinavam as coisas. E eu parecia uma múmia, sem vida, só observando, como se eu estivesse longe daquilo tudo. Até que minha mãe me perguntou: “Você não diz nada? Está feliz?” Feliz? Eu estava apavorada. E só consegui responder: “Vocês estão loucos?” E comecei a chorar. Foi o pior dia da minha vida.
— Puxa! Que mico, hein? — disse Biju.
— Pior. Este não foi o mico, o mico vem agora.
— Nossa! Já sei, na apresentação você caiu, quebrou o braço, desabou em cima do dançarino… — respondeu Carol.
— Puxa! Você quase chegou lá. O dançarino…
— O dançarino?
— O dançarino?!
— O dançarino, sim. Vocês estão surdas?
— Calma, Aninha!
— Desculpa, tá? Ai, ai… Pois é, a primeira bailarina sempre faz par com o primeiro bailarino, certo?
— Certo! — responderam todas.
— Ai! Ele era lindo: alto, magro, olhos verdes? — chutou a Biju.
— Mais ou menos.
-— Como, mais ou menos? — perguntou Olga.
— Ele era sobrinho da minha professora. Ele já era formado em balé clássico e agora estava aprendendo balé moderno, aperfeiçoando-se em Nova York, ganhou uma bolsa de estudos e tudo mais. Nas férias, voltava pro Brasil, para aprender melhor as danças brasileiras: samba, frevo, axé etc. Ele adorava as danças típicas do Brasil — disse Aninha com admiração.
— Nossa! Aposto que era loiro e ainda falava inglês. Caramba, você escondeu ele esse tempo todo? Sua malvada! Mas e o mico? — perguntou Carol.
— Se vocês pararem de me interromper, eu conto.
— Manda bala — disse Fran.
— Na semana seguinte, eu fui às aulas, mas forçada. Minha mãe me levava e me esperava lá, pra eu não fugir. Duas semanas e nada do rapaz aparecer. Eu estava achando ótimo. Não teria que pagar outro mico com o bailarino. As outras garotas estavam me esnobando, me derrubavam, me davam cotoveladas, riam de mim e faziam o diabo.
— Credo Aninha! Que garotas metidas — reclamou Biju.
— Eu chorava por dentro, de ódio e raiva. Mas prometi a mim mesma que dançaria com ou sem o primeiro bailarino. E comecei a me dedicar vinte e quatro horas por dia. Já não agüentava mais, meus pés estavam cheios de calos e machucados, por causa da sapatilha. Agora era ponto de honra, pelo menos uma apresentação na minha vida eu iria fazer. Minha professora me incentivou muito, e realmente o que ela dizia agora fazia sentido: disciplina e força de vontade, a sua mente é o seu corpo. As minhas pernas curtas, o meu bumbum arrebitado e os meus seios grandes não faziam muita diferença, eu agora estava dançando e flutuando. Era maravilhoso, eu estava feliz.
— É, e o mico? — perguntaram as quatro juntinhas.
— Puxa. O mico! Na aula seguinte, a minha professora disse que o seu sobrinho viria pra ensaiar. Ele estava em Pernambuco, tendo aulas de frevo. Aí começou o meu pesadelo. Alto, loiro, lindo e eu baixa e troncuda. Não vai dar certo. Ele não vai agüentar me levantar e vai se esborrachar no chão. Todos vão rir e dizer que somos a Gorda e o Magro, igual à dupla de comediantes? Eu só reclamava e dizia que não iria dançar. Não teve jeito, minha mãe e a professora me enganaram, me levaram pra prova da roupa na própria escola e eu, burra, nem me toquei.
— E ele? E o bonitão? — A Fran quis saber.
— Ele estava lá também. Eu corri pro camarim e comecei a chorar, a me descabelar e gritava que não queria vê-lo. Nem havia percebido que eu não estava só… Um garoto baixo, troncudo e ruivo estava ao meu lado. Ele não era nem bonito nem feio. Puxou conversa, tentando me acalmar.
— Quem era ele? — perguntou Olga.
— Já explico. Ele perguntou porque eu chorava tanto. Eu perguntei quem era ele. Ele respondeu que era só um amigo e estava esperando a professora. Eu, na maior ingenuidade, abri o bico: “Eles querem que eu dance, mas sou baixinha, peituda (e apontava os meus peitos) e tenho a bunda arrebitada, olha só”, e me virei. “Todos vão rir de mim, principalmente o sobrinho da professora, que é um bailarino de primeira. Ele vai me achar gorda e desajeitada. Ele deve ser lindo, alto, magro e musculoso.” Falei e falei, chorei feito uma manteiga derretida. Ele, muito atencioso, começou a cantarolar uma música e me tirou pra dançar. Ele foi me envolvendo e acabei dançando também. Puxa, eu estava adorando dançar com ele, me sentia como uma ave no céu, flutuando, e nem sentia o meu corpo desajeitado. No fim ele aplaudiu e disse: “Você realmente é muito boa. Pena que não queira ver isso”, e saiu. Não entendi nada, minha mãe chegou e fomos embora.
— Que legal. Que garoto simpático — disse Biju.
— No dia seguinte, minha mãe me forçou a ir ao ensaio. Fui com um nó na garganta. “Enfim, de hoje não passa”, pensei com os meus botões, “Vou ter que conhecer o cara”. Chegando na escola, todos estavam me esperando. A professora e ele, o seu sobrinho. O rapaz que estava no camarim! Era ele! Olhou para mim e perguntou se eu me sentia melhor. Na hora eu corei, não sabia onde enfiar a cara. Só lembrava do que dissera pra ele: “Eles querem que eu dance, mas sou baixinha, peituda e tenho a bunda arrebitada, olha só. Todos vão rir de mim, principalmente o sobrinho da professora, que é um bailarino de primeira. Ele vai me achar gorda e desajeitada. Ele deve ser lindo, alto, magro e musculoso.”
— Vixe Maria, ele era o dançarino. Que micão! — exclamou Carol.
— Pois é! Eu não sabia onde enfiava a cara. Tinha dito que ele devia ser lindo, alto, magro e musculoso.
— Uau! — disseram as quatro ao mesmo tempo.
— E ele era baixinho e troncudo igual a você? — perguntou Olga.
— É. E dançava maravilhosamente.
— Eu não entendi, e por que você não nos convidou pra apresentação? — perguntou Olga novamente.
— É porque não teve.
— Como não teve? Vocês formavam o casal perfeito! — retrucou Biju.
— As duas últimas semanas de ensaio foram o máximo. Eu e ele dançávamos e dançávamos. As outras garotas ficaram com inveja. Realmente éramos um casal perfeito. Nossos corpos se encaixavam, ele me fazia voar. Acho que acabei me apaixonando por ele, pela dança, pela vida. Mas no fim de semana ele se machucou. Tinha ido dançar numa gafieira com uma prima e deslocou o tornozelo, dançando samba. Nossa apresentação foi adiada, só as garotas se apresentaram. Eu não quis dançar sem ele. Ficamos na platéia de mãos dadas, assistindo ao espetáculo.
— Que romântico! — suspirou Carol.
— Eu estava feliz, havia aprendido que podia dançar, apesar de não ter o corpo perfeito de bailarina. Havia descoberto que eu podia dançar sem encucações. Que muitas pessoas como eu podiam dançar e muito bem, era só encontrar o par perfeito e se dedicar. “Disciplina e força de vontade, a sua mente é o seu corpo.”
— Como é? perguntou Fran.
—“Disciplina e força de vontade, a sua mente é o seu corpo”, agora esse era o meu lema — disse Aninha orgulhosa.
— E como acabou a história? — perguntou Olga.
—Mesmo sem ter me apresentado, eu estava feliz, tinha mostrado àquelas esnobes que eu podia dançar, e muitas me elogiaram depois. Foi a minha vitória.
— Puxa! Amei esse mico — a Biju confessou.
— Ele voltou pra Nova York, com o samba no pé e uma amiga brasileira no coração. Acho que foi o meu primeiro amor. Ainda hoje nos comunicamos via internet. Ele é bem mais velho, mesmo assim eu o amo. Apesar da distância nos tornamos bons amigos.
— Uau! Puxa! Que história! Eu queria ter pago um mico desse — disse Biju.
— Eu também! — disseram as outras três amigas em coro.