O MISTÉRIO DA CASA AZUL
Todas as tardes as crianças ficavam do portão olhando a casa azul. Janelas abertas, lindas e esvoaçantes cortinas de renda, flores na janela e as vidraças brilhavam de dar gosto.
E elas sentiam um cheirinho doce, delicioso como o quê. E perguntavam-se o que seria?
Do portão e do muro baixo, apesar da grade dava para ver uma senhora negra, forte, com vestido marrom, chinelas aos pés e um bonito coque nos cabelos. Suas costas eram protegidas por um xale dourado, que brilhava mesmo à distância.
Curiosas, as crianças a viam, todas as tardes, sentar-se numa macia cadeira, acolchoada por uma fofa almofada. E lá ficava a passar as páginas de um livro.
As mães, preocupadas com o que acontecia naquela casa, ralhavam com os filhos para que ficassem afastados daquela casa.
Ninguém sabia porque era considerada misteriosa. Ficara fechada durante muitos anos e de repente, reformada, recebeu aquela senhora que com ninguém falava.
O movimento que havia lá era o habitual de qualquer casa. Carros de supermercado entregavam compras, funcionários entravam todos os dias e saíam na hora comercial, mas no mais, nada acontecia. Não se ouvia nenhum barulho de crianças ou de outras pessoas.
Como a senhora não cumprimentava ninguém, todos a julgava misteriosa e perigosa.
Mas toda criança é curiosa por natureza. E lá ficavam horas esquecidas olhando aquela velhinha sentada na varanda.
Um dia, Mateus, o mais arteiro das crianças da rua, subiu na grade do portão, escorregou e cortou o joelho. Foi uma choradeira só. Assustada a senhora entrou correndo em casa.
Quando todos pensavam que ela havia fugido, viram-na andando em direção ao portão, acompanhada por uma moça vestida de branco. As pessoas receosas já iam levando o arteiro machucado, quando pela primeira vez ouviram a voz da senhora misteriosa.
“Tragam-no para dentro, rápido, que a enfermeira vai fazer um curativo nele.”
Todos olharam-se, mudos, sem saber o que fazer, mas a senhora já estava tomando a dianteira da situação e a enfermeira pegou o menino no colo, levando-o para casa.
As mães das quatro crianças ordenaram que os outros três ficassem ali, enquanto iam ver o Mateus ser socorrido.
Entraram na casa, que para surpresa de todos, era uma casa como outra qualquer, muito arrumada e asseada e com um perfume doce e gostoso no ar.
Após a enfermeira atender o pequeno paciente, D.Antonia(nome da senhora misteriosa), sorrindo, aliviada, disse-lhes que estava tudo bem e que chamassem as outras crianças para entrar.
E conversando, disse que foi morar naquela casa após ter perdido o marido e o filho num acidente e não ter mais ninguém da sua família. Aquela casa foi a primeira que morou quando casou e lá guarda doces recordações de sua felicidade. Por isso ser tão séria e pouco conversar com as pessoas.
Mas o acidente de Mateus serviu para quebrar o clima e ela gostaria de ter a companhia das crianças para ler histórias para elas.
O seu misterioso livro era somente de histórias infantis variadas. E o cheiro doce de que tanto elas gostavam eram bolos e doces que a cozinheira faz todos os dias.
Assim foi resolvido o mistério da casa azul e as crianças passaram a ter um local para passar as tardes, ouvindo lindas histórias e comendo guloseimas na casa da Vovó Antonia.
Regina Madeira/Estrela Radiante
"Imagem do Google"
Todas as tardes as crianças ficavam do portão olhando a casa azul. Janelas abertas, lindas e esvoaçantes cortinas de renda, flores na janela e as vidraças brilhavam de dar gosto.
E elas sentiam um cheirinho doce, delicioso como o quê. E perguntavam-se o que seria?
Do portão e do muro baixo, apesar da grade dava para ver uma senhora negra, forte, com vestido marrom, chinelas aos pés e um bonito coque nos cabelos. Suas costas eram protegidas por um xale dourado, que brilhava mesmo à distância.
Curiosas, as crianças a viam, todas as tardes, sentar-se numa macia cadeira, acolchoada por uma fofa almofada. E lá ficava a passar as páginas de um livro.
As mães, preocupadas com o que acontecia naquela casa, ralhavam com os filhos para que ficassem afastados daquela casa.
Ninguém sabia porque era considerada misteriosa. Ficara fechada durante muitos anos e de repente, reformada, recebeu aquela senhora que com ninguém falava.
O movimento que havia lá era o habitual de qualquer casa. Carros de supermercado entregavam compras, funcionários entravam todos os dias e saíam na hora comercial, mas no mais, nada acontecia. Não se ouvia nenhum barulho de crianças ou de outras pessoas.
Como a senhora não cumprimentava ninguém, todos a julgava misteriosa e perigosa.
Mas toda criança é curiosa por natureza. E lá ficavam horas esquecidas olhando aquela velhinha sentada na varanda.
Um dia, Mateus, o mais arteiro das crianças da rua, subiu na grade do portão, escorregou e cortou o joelho. Foi uma choradeira só. Assustada a senhora entrou correndo em casa.
Quando todos pensavam que ela havia fugido, viram-na andando em direção ao portão, acompanhada por uma moça vestida de branco. As pessoas receosas já iam levando o arteiro machucado, quando pela primeira vez ouviram a voz da senhora misteriosa.
“Tragam-no para dentro, rápido, que a enfermeira vai fazer um curativo nele.”
Todos olharam-se, mudos, sem saber o que fazer, mas a senhora já estava tomando a dianteira da situação e a enfermeira pegou o menino no colo, levando-o para casa.
As mães das quatro crianças ordenaram que os outros três ficassem ali, enquanto iam ver o Mateus ser socorrido.
Entraram na casa, que para surpresa de todos, era uma casa como outra qualquer, muito arrumada e asseada e com um perfume doce e gostoso no ar.
Após a enfermeira atender o pequeno paciente, D.Antonia(nome da senhora misteriosa), sorrindo, aliviada, disse-lhes que estava tudo bem e que chamassem as outras crianças para entrar.
E conversando, disse que foi morar naquela casa após ter perdido o marido e o filho num acidente e não ter mais ninguém da sua família. Aquela casa foi a primeira que morou quando casou e lá guarda doces recordações de sua felicidade. Por isso ser tão séria e pouco conversar com as pessoas.
Mas o acidente de Mateus serviu para quebrar o clima e ela gostaria de ter a companhia das crianças para ler histórias para elas.
O seu misterioso livro era somente de histórias infantis variadas. E o cheiro doce de que tanto elas gostavam eram bolos e doces que a cozinheira faz todos os dias.
Assim foi resolvido o mistério da casa azul e as crianças passaram a ter um local para passar as tardes, ouvindo lindas histórias e comendo guloseimas na casa da Vovó Antonia.
Regina Madeira/Estrela Radiante
"Imagem do Google"