“A procura da Felicidade”: Contação de História

Thatá é uma menina muito alegre, muito sapeca. Adora fazer bagunça, mas uma bagunça organizada, gosta de pegar seus brinquedos e espalhar pela sala. Às vezes pega os brinquedos do irmão também, mas ele não gosta não! Depois da bagunça, quando a mamãe pede para guardar na caixa de brinquedos, Thatá guarda tudo certinho.

Bem, apesar de ela ser muito alegre, semana passada ficou muito, muito... Como é o contrário da palavra alegre mesmo? Ah é! Ficou muito triste. Sabe por quê? Eu vou explicar.

Ela estava assistindo à tevê, quando num desenho animado uma bruxinha disse que para ser feliz era preciso encontrar a Dona Felicidade. E ela pensou consigo mesma:

- Ué, eu nunca vi essa tal Dona felicidade. Ai ai ai, então quer dizer que eu não sou feliz? Buáá.

Mas logo pensou:

- Agora tenho uma missão! Vou encontrar essa dona aí!

E ela saiu em busca da Felicidade!

Primeiro perguntou para vovó:

- Vó a senhora conhece a Dona Felicidade?

- Olha minha netinha eu tenho varias amigas, a Rosa, a Hortência a Dona Inocência, mas não tenho nenhuma amiga com esse nome não.

- Hum... – E Thatá pensou – Essa Dona Felicidade não deve ser gente, porque se fosse com certeza minha vovó conheceria afinal ela é sempre tão feliz.

Foi aí que ela teve sua segunda ideia:

- Vou à floresta! Claro! A felicidade deve ser um duende, algo que se encontra na natureza.

Procurou, chamou, berrou... Mas nada. Tentou conversar com as plantinhas que tinham por ali, quem sabe alguma delas falasse. Mas nada. Todas ficaram mudas. Tadinhas, elas devem ser bem tímidas!

Eu assim Thatá foi embora para a casa, e no caminho viu, na padaria do seu Emanoel, uma mensagem escrita assim: “Vende-se sonho”! Ah! Ficou tão animada! Na certa ele deveria vender felicidade também! Claro! Felicidade deve ser algo que se come, deve ter um gosto bem gostoso, e a gente come e fica feliz! Então a garota tomou coragem e lá foi ela perguntar para o seu Emanoel.

- Oi seu Emanoel, tudo bem?

- Oi Thatá, tudo bem e você?

- Mais ou menos seu Emanoel, sabe o que é? Eu quero comer felicidade, o senhor tem aí para me vender?

Não é que ele riu da cara da pobre coitada! Ele disse que lá só se vendia sonho. Então, Thatá pediu um sonho mesmo, afinal de contas, quem sonha é feliz, não é!

Ele deu um doce, muito gostoso mesmo. Mas não deu resultado.

Aí, ela concluiu:

- É claro! Que bobagem, felicidade não se come, felicidade deve ser um brinquedo muito legal!

Correu para a casa, quebrou seu porquinho, fez as contas, e não é que tinha um dinheiro bom guardado?! Pediu para a mamãe levá-la na loja de brinquedos. E ela levou!

Chegando lá perguntou com toda coragem para a moça:

- Moça, você tem a Felicidade?

- Olha, a Felicidade eu não tenho não, mas eu tenho a Alegria.

E a moça simpática mostrou uma boneca, linda, de cabelos cor do sol.

- Bem, quem é alegre é feliz! - Então Thatá comprou. A boneca era muito bonitinha, muito engraçadinha, e deixou a menina feliz porque brincou muito com ela. Mas ainda não era a Dona Felicidade.

Aí, finalmente ela resolveu desabafar com a mamãe! Ela é a pessoa mais carinhosa, mais inteligente que conhecia:

- Mamãe? Onde encontrar a Dona Felicidade?

- Filha, a Felicidade não é algo que se possa ver, nem tocar...

A Felicidade não é algo que se possa ver nem tocar... E Thatá pensou, pensou, pensou! Agora já sabia! Ela devia estar no ar! Afinal de contas, o ar a gente não pode ver, nem tocar! Então, pegou uma caixinha, foi à arvore mais alta que encontrou, no galho mais alto que achou, para pegar o ar mais forte que ela podia.

- Peguei-o, eu acho que peguei! - E fechou a caixinha rápidinho.

E ela queria sentir a Felicidade, mas como? Se abrisse a caixinha o ar da felicidade sairia de lá e escaparia de suas mãos.

Ficou tão triste. Tão triste tão triste. E desistiu de encontrar essa Felicidade. Ah, muito chata ela devia ser para ser tão misteriosa assim.

Quando a mamãe chegou do serviço percebeu a tristeza da garota, afinal de contas mães sempre percebem o que os filhos sentem! E então mais uma vez a querida Thatá desabafou e contou para a mamãe sobre sua busca perdida.

A mamãe a abraçou, beijou, conversou, mesmo estando cansada do dia do serviço. Elas brincaram muito, e a moça até leu um livro para a menina.

Neste momento Thatá pegou no sono e no outro dia acordou muito feliz!

Finalmente compreendeu o que a mamãe disse!

A felicidade realmente não pode ser vista nem tocada. É porque é algo que se sente! Ela está no prazer de brincar com os amigos, de receber carinho do papai e da mamãe, a alegria de ganhar uma boa nota na prova da escola, o contentamento de ver a família unida, e tantas outras situações emocionantes!

Viva! Thatá ficou feliz novamente!

Thaís Falleiros
Enviado por Thaís Falleiros em 24/08/2012
Reeditado em 24/08/2012
Código do texto: T3847377
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