A DENGOSA MALVADA
Era uma vez um casal de mosquitos muito maldosos. Ele se chamava “Dengoso” e ela “Dengosa” . Eles viviam procurando lugares para que a fêmea Dona “Dengosa” pusesse seus ovos, que depois seriam muitos e muitos mosquitos transmissores do vírus da dengue, cujo nome verdadeiro é Aedes Aegypti, ou seja, conhecidos como mosquito da dengue.
Quando eles achavam os lugares apropriados para que a Dona “Dengosa” botasse os ovos, era uma festa, ali ela colocava milhares deles. Esses lugares eram águas paradas em pneus, vasos de flores, latas vazias, garrafas esquecidas de gargalo para o lado de cima, caixas d’água mal cobertas ou descobertas e inúmeros outros locais propícios para que a Dona “Dengosa” pusesse seus ovos. Então, depois de alguns dias nasciam aquelas praguinhas que iam fazer a festa, picando as pessoas, principalmente crianças.
Após alguns dias já aparecia o resultado das picadas, pois aqueles que tinham sido picados pela fêmea contaminada do mosquito Aedes Aegypti, apresentavam a doença chamada Dengue, que é uma virose, causada por vírus, transmitido pela Dona “Dengosa”, a qual ficava toda satisfeita de ter feito mais uma vítima.
Algumas vezes a dengue era mais branda, e era chamada de Dengue Clássica e após alguns dias o doente já melhorava, e a Dengosa não gostava muito quando isso acontecia, pois ela era muito má.
Outras vezes, quando a pessoa, principalmente crianças, contraiam a Dengue hemorrágica, aí era um perigo, pois se não fosse socorrida logo e não tivesse acompanhamento médico constante, poderia até ser fatal. Era então aí que a “Dengosa”, ficava toda contente!
Então a dona “Dengosa” e o Senhor “Dengoso” e seus filhotes, ficavam fazendo os planos para cada vez mais transmitir o vírus infernal. Muitas pessoas foram infectadas, e muitas crianças foram internadas e quase perderam a vida. Mas, um dia, todos na cidade tomaram uma decisão, se uniram e fizeram um grande mutirão. Crianças e adultos, primeiramente em suas casas, vistoriaram todos os possíveis focos, onde poderiam ser procriadores das larvas da Dona “Dengosa” .
Feito isso, foram para todos os lugares que poderiam ser apropriados para a fêmea Dona “Dengosa” se reproduzir. Limparam tudo, jogaram as águas que estavam nos objetos,e, principalmente se conscientizaram que para combater uma praga como essa doença, a prevenção é o melhor remédio.
A fêmea do mosquito, a Dona “Dengosa”, não achando lugar para continuar a botar seus ovos, reclamou para seu marido o Senhor “Dengoso”:
- Como é que vamos reproduzir nossas larvas, se não achamos mais nenhum lugar apropriado para dar continuidade a nossa geração de mosquitos?
O Senhor “Dengoso”, muito aflito respondeu:
-Estamos condenados a sermos erradicados, se não encontrarmos um lugar para você procriar!
E assim, pelo menos naquela cidade onde todos se uniram, a dengue desapareceu, e os moradores, principalmente as crianças, puderam viver tranqüilamente sem o “fantasma” transmissor da dengue.
(There Válio)
14-04-2008