História para ninar Amanda (A menina e a flor - Parte IV)

Sentiu-se fraca, quase sem força para se levantar. Sentia que havia alguém naquele lugar, pelo barulho que ouvia de louças e talheres. De repente, apareceu na porta uma senhora muito velha. Sua face envelhecida pelo tempo lhe dava uma impressão de que era uma pessoa dócil. Os olhos delas não tinham a cor dos olhos de uma pessoa normal, pareciam acinzentados. A pele de seu rosto cheia de rugas, como aquelas ondulações que o vento faz na areia. Usava um vestido surrado que ia ate o pé, na frente um avental desbotado e meio sujo. Calçava uma sandália com meias e na cabeça um lenço avermelhado, ou melhor, um vermelho há muito tempo desbotado.

- Bom dia! Menina. Meu nome é Elza. Qual é o seu nome?

- Bom dia! Meu nome é Amanda, dona Elza, como vim parar aqui? Pensei que estava sonhando um daqueles pesadelos, ai a senhora apareceu. Estou muito confusa. Por favor, me ajude!

- acalme-se. Disse a velha.

Venha comer alguma coisa que depois lhe explico.

Com dificuldade Amanda se levantou e caminhou seguindo a velha. Foram parar numa cozinha pequena com moveis bem antigos o fogão era de lenha. Em cima dela havia um caldeirão bem grande. Um calafrio subiu pelas costas da menina.

Coma o pão e beba o café. Mas, antes tome esta sopa de fubá, irá lhe fortalecer. Disse velha. A menina sentou-se e obedeceu. Esperou a menina terminar com aquela paciência que só os velhos possuem. Amanda não comia muito, seu paladar ficava entre bolachas e um simples arroz e feijão. Tomar um prato de sopa logo pela manhã não era um costume de sua família, mas como, se sentia enfraquecida achou melhor esvaziar o prato. Elza observava aquele rosto angelical sem mudar a expressão de seu rosto. Amanda e Dona Elza terminaram de tomar o café. Agora me ajude a lavar estas louças que vou lhe contar como veio parar aqui.

- Esta bem. Disse a menina.

As duas, sem pressa, lavaram a louça do café. Dona Elza depois de enxugar e guardar suas louças convidou a menina para se sentar. Você deve estar estranhando este lugar totalmente diferente da sua casa. Esta é a minha casa. Nesta casa existe um encantamento que foi colocado há muito tempo, porque eu, não cuidei direito de minha filha. Era uma linda menina como você. Quando fez treze anos, notei que ela ficou diferente. Ficava no mundo da lua. Não ia para escola, não se alimentava direito. Primeiro eu chamei a atenção dela, como não resolvia eu bati nela. Bati novamente. Sei que ela veio a adoecer. Foi definhando, definhando e um dia antes de morrer, me disse que estava apaixonado por um menino da escola, que ela sabia que nunca poderia ser seu namorado. E o que ela sentia era tão doido, que por isso tinha se isolado um pouco. Disse que me pedia perdão e me perdoava por

DE MAGELA POESIAS AO ACASO
Enviado por DE MAGELA POESIAS AO ACASO em 02/04/2012
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