A PERERECA SAPECA E A RÃ

Certo dia a perereca sapeca brigava muito com a velhinha rã

Numa chuvosa poça que se formara numa fria segunda feira de manhã

Já à noitinha a perereca sapeca do brejo, como quem não quer nada.

Pergunta a velhinha da rã.

-Se ela estava arrependida por ter brigado com ela?

E a rá a olhava indiferente pra perereca com os olhos vidrados de bits desacelerados, parecia olhar para os pingos gelados da chuva fininha

que insistentemente pingava na lagoa...

A perereca sapeca preocupada então tocou na idosa rã com suas patinhas verdes pegajosas e frias e constatara que ela estava totalmente congelada e paralisada alienada mesmo, longe num lugar incomum muito distante...

Sem entender nada resolvera então perguntar a sua vizinha, uma rã novinha, o que estava se passando com a velhinha da rã?

E a rã mais novinha dissera a ela pra não se preocupar com a velhinha da rã!

que de nada se lembrava do bate boca e dos rapapés, entre as duas e que ela estava longe de tudo como numa espécie de “alzheimer anuro”. Elas se perdem quando estão preenchidas e cheias de tudo, todo o seu chip de conteúdo é esvaziado e perdido!

Entram num transe magnético e profundo e tudo glacialmente congela!

Mais então o que ela tem? Disparou a perereca sapeca.

E a rã novinha disse meio que fazendo pouco da perereca sapeca...

Ela sofreu uma sobrecarga e esqueceu-se de tudo em sua volátil memória RAM.

Por isso as rãs são tão frias entendeu?

E a perereca sapeca pulando e indo embora desconfiada dissera coaxando e balbuciando... ran ran!

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 21/03/2012
Código do texto: T3566340
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