A PERERECA SAPECA E A RÃ
Certo dia a perereca sapeca brigava muito com a velhinha rã
Numa chuvosa poça que se formara numa fria segunda feira de manhã
Já à noitinha a perereca sapeca do brejo, como quem não quer nada.
Pergunta a velhinha da rã.
-Se ela estava arrependida por ter brigado com ela?
E a rá a olhava indiferente pra perereca com os olhos vidrados de bits desacelerados, parecia olhar para os pingos gelados da chuva fininha
que insistentemente pingava na lagoa...
A perereca sapeca preocupada então tocou na idosa rã com suas patinhas verdes pegajosas e frias e constatara que ela estava totalmente congelada e paralisada alienada mesmo, longe num lugar incomum muito distante...
Sem entender nada resolvera então perguntar a sua vizinha, uma rã novinha, o que estava se passando com a velhinha da rã?
E a rã mais novinha dissera a ela pra não se preocupar com a velhinha da rã!
que de nada se lembrava do bate boca e dos rapapés, entre as duas e que ela estava longe de tudo como numa espécie de “alzheimer anuro”. Elas se perdem quando estão preenchidas e cheias de tudo, todo o seu chip de conteúdo é esvaziado e perdido!
Entram num transe magnético e profundo e tudo glacialmente congela!
Mais então o que ela tem? Disparou a perereca sapeca.
E a rã novinha disse meio que fazendo pouco da perereca sapeca...
Ela sofreu uma sobrecarga e esqueceu-se de tudo em sua volátil memória RAM.
Por isso as rãs são tão frias entendeu?
E a perereca sapeca pulando e indo embora desconfiada dissera coaxando e balbuciando... ran ran!