UM DIA ALUCINANTE

"Trimmm... Trimmm...

O telefone tocava sem parar na Mansão Rodrigues.

- Quem é? - perguntou Paulinho, que logo foi atender o telefone.

- Sou eu, Ricardinho.

- Por que é que você está me ligando a essa hora da madruga?

Estava vendo o Exorcista sozinho !!!

- Vou direto ao assunto. Acho que os nossos pais estão querendo fazer um acampamento-surpresa...

- E onde será esse acampamento? - perguntou Paulinho curioso.

- Não sei ainda, mas vou tentar saber! - respondeu Ricardinho

- Pode contar comigo que eu vou, viu Ricardinho?

- Beleza! Acho que cada um de nós vai poder levar um amigo.

- Tá bom! Até amanhã mano!

Na manhã seguinte...

- Meninos, vamos levantar! - dizia Teresa na mansão dos Aguiar.

- Tá sonhando mãe? São cinco horas da manhã!

- Tá na hora de contar tudo pra vocês.

- Contar o que? - pergunta Bruno ainda se espreguiçando.

- Vamos fazer um acampamento com os primos, tios, avós e um amigo de cada um de vocês.

- Mesmo? E onde vai ser? - pergunta Pedro, entusiasmado.

- É na Transilvânia! - exclamou Sérgio, que acabava de entrar.

- Legal mãe, vou já telefonar ao meu amigo Paulinho - falou Ricardinho sorrindo.

- E eu ao Romeu! - falou Sérgio

- Eu telefono ao Luís Paulo!

- Levantem logo! Temos de fazer as malas e ir buscar os seus amigos.

Ao mesmo tempo, a Família Rodrigues preparava-se para sair, pois tinham acordado às quatro horas.

- Vamos, meninos, rápido. Ainda temos de ir buscar o Rui, a Joana e os avós.

- Já vai, já vai... - dizia Inês, cheia de sono.

- Mãe, podemos levar o Rex? - perguntou Paulinho.

- Já falei que não, ele dá muito trabalho.

- Ah mãe, Deixa por favor!

- Eles ficam tristes sem o cão - disse o pai.

- Valeu, pai - disseram os dois irmãos em coro.

No aeroporto...

- Meninos, vão cumprimentar seus primos e avós - disse a Anabela, contente por ver os seus familiares.

- Ufa! - exclamou o Diogo. - Ainda bem que estamos juntos...

- Vamos ter outra aventura - disse o Paulinho.

- Paulinho, vamos falar com os nossos amigos - disse o Pedro.

- Este é o Paulinho. Este é o Romeu e este é o Luis Paulo.

- Agora é a nossa vez! - exclamou a Inês. - Este é o Rui, esta é a Joana.

- Está tudo pronto para entrarem no avião? Perguntou o Luís Paulo.

- Não! Falta o Pedro...

Olharam nas proximidades e , claro, só podia estar escondido comendo bombons...

Dentro do avião já rumo à Transilvânia...

- Que seca, esta viagem vai demorar mais ou menos dez horas... vai demorar um bocado. Vou no banheiro, estou meio enjoado - disse Paulinho.

Depois, com calor, acabaram todos por dormir, a não ser Paulinho que continuava no banheiro. Um tempo depois, os avós acordaram com o barulho de uma criança que estava chorando no banco de trás. Mais tarde, voltaram a cair em sono pesado. Estavam todos dormindo, mas alguma coisa interferiu no sono de Inês. Ela começou a sonhar com coisas absurdas. Via raios e uma casa ao longe que lhe despertou a atenção. Era tudo muito estranho...Quando finalmente chegou à casa, ficou aterrorizada com as sepulturas que havia em seu redor.

"Tum... Tum... Tum..."

Algo se aproximava vindo da escuridão do bosque. Ouviu-se: Inês, Inês, Inês,...

- Aaaaaaaaaah!!!

- Inês, chegamos - disse a sua amiga Joana acordando-a.

- Ufa, foi só um sonho...

- O que ? perguntou Joana sem entender.

- Nada, não interessa!!! - Respondeu Inês

Já em terra, com as suas malas na mão, todos foram apanhar um ônibus que os levaria ao lugar onde iriam acampar (o bosque).

- Paulinho, Renatinho, Bruno, Pedro, tenho uma coisa para contar - sussurrou a Inês.

- Por que tá falando baixo? - perguntou o Renatinho.

- Psiu... Venham cá para os bancos de trás.

- Mas o que foi afinal? - perguntou o Bruno com curiosidade.

- Tive um sonho muito estranho...

- Que sonho?

- Cala a boca e deixa eu falar! Parecia tudo tão real... Era de noite e trovejava imenso. Uma casa lá ao longe chamou-me a atenção! - explicou a Inês com uma cara assombrada.

- Como era a casa?

- Era grande?

- O que tinha dentro?

- Entrou lá?

Uma porção de perguntas enchia a cabeça confusa de Inês, que parecia querer responder a todas ao mesmo tempo.

- PAREM, PAREM!!! - gritou a Inês cheia de raiva.

Todos os passageiros olharam para trás e fizeram cara de poucos amigos.

- Inês, que grosseria é essa? - perguntou a vó Aida.

- Não é nada. Eram eles que me estavam me perturbando...

- Meninos, parem com essas brincadeiras! - terminou o vô Chico.

- Continuando... A casa era grande e antiga. Eu não entrei lá , mas só o que a rodeava me assustou.

- Mas o que era a coisa que a rodeava? Para te deixar assustada nesse estado devia ser algo do "outro mundo".

- E parecia!!! - recomeçou a Inês - Eram sepulturas. Sepulturas e mais sepulturas à volta de uma casa, sem sequer estarem num cemitério. Sinceramente, era tudo muito estranho...

- Isso foi só um sonho, um pesadelo como os outros, tudo imaginado... - disse Paulinho, aborrecido e voltando para o seu banco.

- Você gozando da cara da gente aqui abestados escutando um pesadelo idiota - concluiu o Bruno.

- Que perda de tempo!

- Vão-se lixar... Vocês todos!!!

- Próxima parada: Dark Wood! O maior Bosque da Transilvânia - alertou o condutor.

- Finalmente! Depois de treze horas de viagem - suspirou Gracinda.

- A Próxima parada qual é? Darct suwod? - perguntou Pedro.

- Dark Wood! - explicou Rui que sabia muito inglês. - Em português quer dizer Bosque Escuro ou Negro.

- Obrigado... qual o seu nome mesmo?

- Rui, o meu nome é Rui.

- Ah! Obrigado, Rui.

E assim, os nossos amigos chegaram ao local onde iriam sair, para procurar o local ideal para fazer o acampamento.

- É aqui. Chegamos ao Bosque... - disse Sérgio, aliviado enquanto passava as mãos suadas pelo vidro da janela.

- Vamos, andem logo. Ainda temos de encontrar um lugar para acampar antes de anoitecer! - ordenou Luís Paulo.

Foram andando, andando, até que ao longe ouviram:

- Grrrrrrr..., Grrrrrr!

Era o Rex grunindo, mas porquê?

- Rex... - chamou Paulinho

- Reeeeeex! - gritou o Ricardinho.

- Grrrrrr!!!

Já com trinta metros de avanço dos outros, Ricardinho e Paulinho começaram a gritar:

- Pessoal, pessoal!!! - chamaram os dois em altos berros

- O Rex encontrou o lugar ideal para o nosso acampamento!

- Chegou a parte mais difícil, montar as tendas - disse o avô Chico.

Passado cinco minutos, Romeu e Bruno já tinham montado a sua tenda. Bruno chamou o pai:

- Vem ver, pai, fomos os primeiros. Está ótima - disseram, convencidos. Ao entrar na tenda, Sérgio exclamou:

- Meus parabéns, está ótima!

TUM! A tenda caiu em cima dele! Furioso, pensando que tinha sido arte deles, Sérgio mandou-os ir apanhar lenha para a fogueira. Já era noite... O cheiro forte da canja caseira, feita pelas cozinheiras Anabela e Gracinda, pairava no ar...

- Queremos comer, queremos comer!!! - pediam todos.

- Já vai, meninos - disse a Anabela.

Toda a noite foi uma festa e só se deitaram às tantas da madrugada.