A MENINA SEREIA VIAJOU PARA CASPERNORT

Precisou o menino molhado, aquele que se transformava em peixe sempre que chegava a meia noite, deixar de existir para que a menina sereia, à qual sua mãe Luna passou a chamar de Soninha ganhasse vida.

E como ela não conseguia viver neste planeta complicado, viajou para Caspernort, levada por sua mãe Luna.

No inicio Soninha desfilava pela cidade em seu berçinho aquário, mas à noite ao contrário de seu pai transforma-se em uma criança normal e crescia a olhos vistos diariamente.

Lá sim. Em Caspernort ninguém era segregado por ser diferente, pois todos por lá eram diferentes e poderiam viver como quisessem, mas com ordem e sabedoria.

Daiane por exemplo, tinha dois maridos gêmeos, pais de seus filhos, também gêmeos, onde cada um era o pai de uma das crianças.

Em Caspernort não havia noite. Havia apenas um leve anoitecer, com auroras boreais maravilhosas que a todos encantavam.

As estrelas no céu de Caspernort eram como se fossem balões. Ficavam mais próximas e todos podiam tocá-las. Elas eram feitas de amor e realizavam desejos, sonhos. Os dias também eram diferentes e o tempo passava como a gente quisesse. Tanto que Soninha em pouco tempo transformou-se em uma linda jovem.

Emília morava por lá e aprontava das suas. Era de carne e osso, se é que aquilo podia chamar-se carne e osso.

Lá estava o grilo falante, que não parava de contar as novidades e falar da feira do livro que iria ocorrer na cidade...

O combinado era que todos iriam para Caspernort na virada de ano, mas Soninha, mimada como sempre resolveu ir no dia de natal.

Dizem que já fez maravilhas para o casamento de Daiane, e como Luna que também era sempre ansiosa e “dadinha” já convive na cidade como se morasse lá há anos.

Felicidade é pouca para as duas e como dizia Soninha que “adora mais sapos do que príncipe” faz seu enxoval enquanto aguarda o dia de seu sapo chegar (aquele que no inicio ela dizia ser príncipe, mas que com o passar do tempo descobriu ser um sapo mesmo).

Diz ela que o esperara se preciso for, pela eternidade, mas eu penso que ela não precisará de tanto tempo para um dia descobrir que a felicidade existe.

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10.01.11

Leia "o menino molhado"...

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 10/01/2012
Código do texto: T3432137
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