A lagoa secou
Todo o Nordeste tem a época do estio.
Naquela tarde, a temperatura estava elevada e o dia parecia mais longo. E era também o período do ano reservado às férias e os filhos de dona Pata Quá convidaram os amigos para um delicioso banho.
Mas o que havia eram pés de mussambê, ainda que verdes, perto do que parecia ter sido uma bela lagoa.
E os patinhos foram voltando para casa, passinhos baixos e, parecia-lhes que o sorriso era algo particularmente inútil.
A família Quá tinha o costume de ser alegre. No vilarejo eram conhecidos como os patos mais agitados na hora do banho. Então, papai Pato Quá chamou o bando com um quá-quá-quá espalhafatoso.
Todos deram meia-volta, confusos.
A lagoa sob seus pés era uma massa meio pastosa muito diferente das águas em que mergulhara bastante, e onde ensinara os filhos a nadar. O senhor Quá observou com cuidado e mergulhou o bico. E havia algo curioso em seus olhos.
Isso sim, é saber tirar riso de pueris! Todos deram gargalhadas com a sujeira do bico de papai Pato.
Então, os patinhos formaram uma fila e voltaram para casa: quá-quá-quá.