O menino e o monstro

O menino e o monstro: agora me ocorreu de pensar sobre, com que ossos se faz a sustentação, a arquitetura do coração? E do monstro? E do abismo? E do meu coração-menino pensando tanta pergunta que ele, o coração quase sai voando do peito? Pela boca ou olhos ainda não perguntei.

Mas bem que seria bom saber: a matéria para essas coisas que vivem em gente-menino ser configurada em céu-terra, vento-água e branco-pálido. Assim os sustos seriam mais brandos e cabelos menos sofridos na hora do desembaraço.

Do fogo o elemento o monstro tem os poderes. E cisma de não emprestar a um menino como eu. Muita vez já fiquei de cólera com ele. É um desplante esse seu egoísmo. O monstro. Ser ele o todo poderoso com as suas cinco hastes.

As quatro primeiras (hastes) se ordenam de par em par. E desmonstram-se diante de teus dois olhos aflitos. Há a possibilidades de lhe alcançar em duplo abraço. Já a quinta haste é atrofiada e tenho dúvida – será que sabe tocar o impossível! O meu dá tantas voltas dentro do silêncio que vivo em zonzeira.

E o monstro? Já o vi soluçando numa madrugada fria, juntinho da minha cama e tive tanta pena.