O POMBO ABREU E O MENDIGO.
Abreu, o pombo, aprendeu a voar depois de um tombo.
Do ninho saiu, bateu as asas, tropeçou e caiu.
O pombo tonto corria pra cá e pra lá,
no meio dos carros na rua a andar.
Pobre pombo, parecia um tonto embriagado.
Tão assustado com os pneus e buzinas,
deu um pulo forçado e foi parar bem em cima,
dos ombros de um pobre coitado.
De tanto medo o pombo se cagou todinho,
sujando a roupa rota do pobre andarilho,
que achou muita graça naquilo
e resolveu ajudar o tadinho.
Segurou o bichinho impotente,
olhou bem e desejou boa sorte
e com um impulso bem forte,
arremessou para o alto o valente.
Como um foguete no espaço a voar,
o pombo alcançou as alturas
e ao abrir suas asas maduras
num instante começou a planar.
Batendo as asas como num sonho,
mais alto voava o aprendiz.
Olhou para o homem risonho,
que se mostrava feliz.
Deu um voo rasante
agradecendo o mendigo
que ainda radiante
acenou para seu novo amigo.
Voa pombinho Abreu
que o céu é todo seu.