UM CACHORRINHO
O sonho de Felícia era ter um cachorro. Um bichinho que ela pudesse chamar “de seu”, pois no canil em sua casa tinha outros dois, mas eram grandes.
Todas as noites antes de dormir rezava e pedia ao seu anjinho que lhe desse um cachorrinho.
Um belo dia, seu pai chegou em casa, a chamou e disse:
- Felícia, vá até o carro e traga um pacotinho que está no banco do carro.
Felícia prontamente foi, e ao abrir a porta do carro, só pode perceber que algo saltou de dentro. Ficou assustada, mas logo um sorriso apareceu em seu lindo rostinho, pois viu que o que havia saltado do carro era um cachorrinho. Pequeno, com o pelo brilhante na cor marrom. Até parecia que tinham passado cera nele, pensou ela, pois brilhava mais que o sol.
Seus pais estavam na porta olhando e ficaram satisfeitos em ver a felicidade com que a menina ficou.
Logo ela o pegou no colo e foi apresentá-lo a sua mãe, indo em seguida mostrar a ele a casa toda. Foi na sala, nos quartos, banheiro, cozinha. Mas não foi para o quintal. Sentiu medo, pois não gostaria de deixá-lo com os outros. Ela o queria como companheiro para todas as horas.
Providenciou potes para água e comida, pedindo à sua mãe um pouco de ração, pois ele devia estar com fome e sede.
Felícia ficou ao lado enquanto ele comia, admirando-o e imaginando como seria dali para a frente. Seu sonho tinha se realizado.
Ele era fofinho. Elegante. Lindinho mesmo. Seu pai lhe disse que era da raça Pinschier. E pelo que demonstrou, tinha uma “voz” bem forte, pois latia alto. Pulava e corria pela casa toda demonstrando felicidade.
Chegando a hora de dormir, sua mãe a chamou e disse:
-Felícia, agora vamos providenciar uma cama para seu novo amigo. Ele ira dormir na cozinha, ao lado do fogão a lenha.
E assim o fizeram. Colocaram uma almofada perto dos potes para comida e água. Felícia meio a contragosto concordou.
Ao deitar-se lembrou que ele ainda não tinha nome. Mais uma vez pediu ao seu anjinho que a auxiliasse nesta tarefa.
Cedo acordou. Viu que ainda não sabia o nome do novo amigo. Ficou triste. Mas logo esqueceu, pulou da cama e foi correndo ao seu encontro.
Quando ele a viu, pulava e latia, demonstrando alegria. Eram os dois a correrem, a esbarrar em cadeiras, mesa, perigando se machucarem, até que Maria, mãe de Felícia, chamou sua atenção fazendo-a maneirar nas atitudes.
Seu pai, quando chegou a sala para o café da manhã, perguntou-lhe?
-Já sabes como vais chamá-lo?
-Não, respondeu ela meio chorosa, dizendo em seguida
-Mas será um nome bonito.
Dizendo isso, pegou o cachorrinho, foi passear pelo quintal, apresentá-lo aos outros dois. Feitas as apresentações, sentou-se na rede com ele no colo, pensando sobre que nome daria ao novo amigo.
Vendo uma árvore no quintal, com seus galhos caindo ao chão, lembrou de um filme que assistiu no cinema. Era um filme na selva, de um moço bonito que pulava de árvore em árvore se segurando em galhos. Ele se chamava Tarzã.
Olhou para o cachorrinho e disse:
-Você vai se chamar Tarzã, o meu Rei das Selvas.
Ele parecendo entender, abanou o rabo com que estivesse dizendo OK.