O peixinho do riacho
Um simpático bagrinho, com cerca de oito centímetros e que cabia na palma da mão de um pescador, entrou numa correnteza do riacho e foi cair num rio. E logo desconfiou da qualidade das águas.
Esse pequeno peixinho vivia a nadar nas nascentes do riacho, escondido debaixo das raízes de um velho bambuzal. E comia os insetos aquáticos – sua comida favorita.
Ocorre que o rio estava com as águas barrentas e o peixinho, muito exigente, não se adaptou no novo ambiente. E muito sofreu.... e chorou de saudades do riacho.
Contam os pescadores que o infeliz animal quis um dia fazer o caminho de volta para casa. Mas ele não pensou nas forças e nos perigos das águas, subindo o rio. Afinal, era tempo de pescaria e ele poderia ser pego, facilmente. Além disso, o desgaste sofrido nas nadadeiras o deixaria fraco. Mas ele foi...
E seguiu pelas margens – glup-glup-glup – meia hora depois estava quase no mesmo lugar.
Quando foi preso numa tarrafa de malha fina, estava muito vulnerável e exausto.
Felizmente, o pescador, sabendo o quanto esta espécie de peixe é sensível ao se encontrar fora de seu habitat, resolveu levá-lo para um riacho na Mata Atlântica.
E o peixinho do riacho lembra dessa história ainda hoje, ainda hoje...