JONAS, TUCA E BILE
Era um sábado como outro qualquer. Silvana estava em casa como de costume com seus dois cachorros, a Tuca e o Bile. Aqueles dois, quando resolviam brincar e brigar era impossível contê-los. Só se Silvana desse uma bronca e colocasse os dois de castigo. Mas naquele sábado, até que estavam calmos. Latiam apenas se alguém passasse na rua do lado do portão. Para dois cães, até que isso é normal.
Mas como nem tudo é sossego, sua irmã Marisa chega e deixa seu filho Jonathan, sobrinho querido de Silvana. Para a família, só Jonas. Ele no fundo era um amor de “terror”, mesmo aprontando. Isso a deixava cansada, mas gostava. Jonas arrumava confusão toda hora com os cães. Coisa mesmo de criança. A Tuca, essa então, corria feito doida pelo quintal rodeando o moleque.
Mais tarde, finalmente, chegou a hora do almoço. Todos foram para a mesa. Jonas como sempre muito teimoso, não queria lavar as mãos. A tia, com toda a paciência do mundo foi explicando o que acontecia quando não se lavava as mãos:
- Jonas, meu querido, precisa lavar suas mãos, sempre. Elas contêm micróbios que nós não vemos, e fazem mal à saúde.
- Tia, mamãe, sempre pega no meu pé por causa disso. Esqueço sempre de lavar as mãos.
- Então fi’o? Porque não faz o certo?!
Comeram em silêncio até à hora da sobremesa. Um delicioso pudim de chocolate. Daquele jeitinho gostoso, com cobertura de granulado colorido. A paixão de Jonas. Até Tuca e Bile entraram na cozinha quando ouviram o menino todo contente a dizer pra sua titia do coração:
- Nóssa! A senhora sempre faz meu pudim preferido.
- Faço, porque sei que você gosta, meu querido. Mas oi’a, não vai comer tudo não! Sua mãe também gosta, e vai querer pedaço quando vier pegar você!
Os dois riram ao lembrar que da última vez, em que a tia fez aquele pudim, houve grande fuzuê. A mãe de Jonas comera quase tudo, sozinha. Jonas depois do almoço foi até o quintal pegar os pratos dos cachorros. Os dois corriam em volta do menino pulando e latindo. Sabiam que era hora deles comerem.
- Tia!?
- O que foi Jonas?
- A Tuca e o Bile não me deixam andar. ‘Tô ficando tonto com tanta correria e latido na minha cabeça. Silvana ria até não poder mais, de ver o jeito do sobrinho com seus cães. Era uma farra só. Pegou o prato dos dois, da mão de Jonas, e foi até a cozinha colocar a comida deles. Comeram logo tudo, e finalmente ouve silêncio naquela casa.
A tarde fluía normalmente. Jonas sentado no sofá bocejava (com a mão tapando a boca como sinal de boa educação). Estava mais calmo depois de almoçar e cochilava. Os cães ao lado, também. Era hora do descanso e do silêncio. Silvana foi sentar noutro sofá da sala, vendo um pouco de televisão com o som baixo. Uf! Suspirou Silvana de alívio (também bocejando), e fechou os olhos. (Ué?! Pra quê então ver TV? Oras, coisa de titia brasileira mesmo).
O resto fica pr’outro dia!
Sylvia Regyn@
15.04.2011