O milagre da pequena Margarida

Em sua mansão vivia dona Flor,

Uma senhora de idade,

Sozinha no mundo,

Desde a maternidade.

Sempre quis ter filhos,

Uma criança pra cuidar,

Mas a medicina disse não,

Um filho você não pode gerar.

Então não casou-se,

Vivia na solidão,

Até que certa vez,

Em um belo dia,

Conheceu o seu João.

Carpinteiro de renome,

Um senhor de meia idade,

Viúvo, respeitado,

Naquela pequena cidade.

Dona flor caminhava,

Pela rua próxima a sua casa,

Quando sentiu uma tontura,

E caiu na calçada.

Seu João viu tudo,

E correu pra ajudar,

Pegou-a em seu colo,

E pôs-se à abanar.

Ela acordou,

Olhos embaçados,

Alegava não sentir dor,

Era apenas muito cansaço.

Ele sorriu pra ela,

Que bom que a senhora está bem,

Ajudou a levanta-la,

E levou-a para casa.

Ela caminhava,

Escorada em seu ombro,

E viu a pequena menina,

Que cutucava o chão com uma varinha.

Cabelos cor de sol,

Rostinho de fadinha,

Óculos escuros,

Cheia de pintinhas.

Chegaram ao portão,

E lá se despediram,

Obrigado seu João,

Até logo carinha de anjinho,

E assim eles seguiram então.

Mas o destino,

É algo encantador,

Naquele primeiro encontro,

Algo novo aflorou.

Aquele simpático viúvo,

Mandou-lhe flores,

E um cartão,

Desejando melhoras,

De seu novo amigo João.

Assim ela percebeu,

Que como nela,

Um desejo nele nasceu.

Os dois se encontraram,

E começou um namoro,

Todos se encantavam,

Pelo amor que sentiam um pelo outro.

A pequena Margarida,

Ficou feliz pelo seu papai,

Gostou muito da dona Flor,

Que descobriu que ela não enxergava mais.

Aquilo a entristeceu,

Queria ajudar,

E resolveu,

Que uma cirurgia iria pagar.

Vendeu sua mansão,

E com João foi morar,

Com o dinheiro,

Vou tentar à ela ajudar.

Visitaram médicos,

Especialistas foram consultar,

Mas todos diziam,

Que ela não poderia mais enxergar.

Até que em um jornal,

Dona Flor leu,

Que um médico alegava,

Poder acabar com aquele mal.

Sua fé aumentou,

Sentiu algo diferente,

E disse, querido João,

Permita-me que eu tente.

Ele assentiu,

Margarida se aprontou,

O médico disse há chances!

E a cirurgia ele marcou.

Um mês se passou,

Dona Flor se ajoelhou,

E em uma capela,

À Santa Rita ela implorou.

Ó Santa milagrosa,

Estava eu sozinha em minha casa,

Agora me permitiram ter uma menina,

Santa Rita advogada dos impossíveis,

Cure aquela pequenina!

De seus olhos corriam lágrimas,

Em seu peito esperança,

Fez o sinal da cruz,

E partiu com confiança.

E foram os três...

Seu João apaixonado,

Um pai devotado.

Margarida uma menina,

Que não sabia a cor da vida.

E Dona Flor,

Que naqueles dois,

Encontrou tudo que sempre sonhou.

Feita a cirurgia,

Tudo correu bem,

Mas se ela ia enxergar,

Ainda havia de se esperar.

Passaram se dias,

Dona Flor à orar,

Terço na mão,

Seu João para um lado

e pro outro a andar.

Fé meu querido,

A santa não irá falhar!

A menina acordou

E ouviu a Dona Flor falar.

Mamãe!

Ela está delirando!

Não, Você é minha mamãe dona flor.

Com aquilo a senhora corou.

Por que mudou de cor?

Seu João chorou...

Mudou???

Dona Flor perguntou.

Eu posso te ver papai,

Você é tão lindo,

Como eu sempre imaginei,

Feito aquelas histórias,

Que me contava daquele lindo rei!

E você mamãe,

É a mamãe

Que eu sempre sonhei!

Naquele instante,

Dona Flor chorou,

Feliz, pela filha que ganhou.

E com fé seguiram suas vidas,

Juntos, cantando,

Enxergando há vida,

Por um ângulo diferente.

Felizes para sempre...

Republicação pela saudade de postar...

Eita que ta me faltando tempo, mas hoje ainda posto mais um capítulo de meu conto "Pena de Morte"... Beijos a todos que me lêem e espero que gostem deste conto!

Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 17/04/2011
Reeditado em 26/05/2011
Código do texto: T2914229
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