O MORCEGO E O PIRILAMPO

O pirilampo estava conversando com o morcego

No breu da madrugada!

Então o morcego perguntou ao pirilampo:

O que era aquele “pisca –pisca” que luzia de noite dentro dele?

E ele explicou ao morcego que esta luz vinha de

de seu abdômen e que era para despistar

os inimigos das trevas e era como uma luz estroboscópica

que dá a impressão de voar em câmera lenta

e servia pra ele fugir ao confundir os trevosos.

No que o morcego franzindo a testa, sem muito entender.

Perguntou novamente: - E esta luz não queima?

-Não retrucou o pirilampo de bate pronto.

-Só se eu morrer e isso Deus que me livre.

-É como um “flash” de máquina, eu consigo assim

Identificar o que tem na escuridão! Então o morcego

Pediu que ele falasse mais dele. E o pirilampo foi em frente.

Sabes que lá pras bandas do Oriente na China.

Sou conhecido como o companheiro

dos estudantes pobrezinhos

eu forneço a luz pra eles

em seus trabalhos noturnos.

E também represento o herói imortal

manifestado sobre a minha forma! Entendeu seu morcego?

-Sim serzinho incandescente miúdo. Interessante.

Agora me fale de você seu morcegão, pois tudo que

Sei é que tens parentes com o Drácula!

-(cruz credo!) e então o pirilampo caiu na gargalhada imitando

o conde e colocando seus caninos pequeninitos pra fora.

Então eu vou contar. Disse o morcego com uma pitada de arrogância.

-Eu sou o representante da imortalidade. Dizia orgulhoso o Drácula

Quero dizer, o morcego. E foi em frente.

Nas gravuras da China eu sempre apareço também,

próximo a um servo que representa as vestes do gênio da felicidade.

Que são cinco morcegos:

Riqueza, longevidade, tranqüilidade

culto da virtude (ou saúde) e boa morte. (essa eu desconheço!).

Eu vivo em cavernas que é a passagem dos domínios dos imortais

e me alimento de seres vivos e lá eu fico de cabeça pra baixo.

Foi então interrompido pelo pirilampo que bradou:

De cabeça pra baixo:-Ora faça-me o favor

e pra que serve ficar assim vendo o mundo de

cabeça pra baixo, plantando bananeira é, e gargalhou... Huáhuáhuá.!.

No que o morcego não achando graça alguma, franziu-lhe a testa e

se pôs a continuar com seu orgulhoso timbre já meio ferido ferido.

-É porque eu preciso fortificar meu cérebro

Como fazem os taoístas religiosos

“para aumentar o seu cérebro.”

E devido a ter um cérebro grande isso me obriga

a ficar de cabeça pra baixo pelo peso dele.

Entendeu agora!

O Lusco fusco de desmiolado de meia tigela?

-Anram sei, entendi príncipe do sangue. E se pôs a ironizar o morcego:

Quer dizer que o senhor é parente do homem morcego, que mora na

sua batcaverna, em Gotan city...

e eu sou o Charada seu arquiinimigo

Me engana que eu gosto. E então o pirilampo soltou outra risada.

Desta vez o morcego deixou passar. E continuou. Sem retrucar.

-E pros germânicos, seu pirilampo de baixa voltagem.

Sou comparado à inveja, pois eu não vôo senão ao cair da noite

Assim também acontece com a inveja

Só trabalha na sombra nunca de dia.

E também “seu start desmiolado filho de uma fluorescente”.

A luz me cega da mesma forma que pessoas invejosas

Não podem suportar o olhar invejoso de outras pessoas.

Meu vôo é baixo desajeitado, um vôo de negritude.

Jamais voarei planado não tenho asas

Mas uma membrana bem peluda.

Mas tem a mesma função.

E mal acabou de contar a sua história.

Então o morcego olhando para o pirilampo atento à conversa.

E tem mais uma coisinha. Disse-lhe o morcego.

Que você não sabe –O quê retrucou -lhe o pirilampo?!

Eu sou alucinado por pirilampos. E sorrindo abriu seus caninos

Sedentos de fome e partiu a esmo pra cima do pirilampo, dizendo odiar

os que ficam indecisos entre a luz e a escuridão.

E quando chegava bem perto do pobre pirilampo l

ligou a sua estroboscópica ao máximo

acendia e apagava sua luzinha tentando despistar

o ávido morcego o máximo que podia

E se escondia em pequenas gretas que achava sob as matas

assim fez até amanhecer quando fora salvo pela dadivosa

luz do dia. Então os morcegos voltavam pra sua toca

Naquele tresloucado vôo.

E o pirilampo prometeu que pegava aquele!”Pernas pro ar” desajeitado

e invejoso...Totalmente invejoso e mentiroso metido a galã de cinema.

Desligou sua luz agora pouco fosforescente pelo desgaste

pelos primeiros abençoados raios do dia.

E mais cansado que anão subindo

as escadarias da igreja da Penha.

Caiu e adormeceu

Moral da história:

Não conte todos os seus segredos.

A quem você não conhece

Pois o mesmo pode ser usado contra você

Ou para o bem ou para o mal.