Maroca, a formiguinha e sua linda história de amor

 

Lá onde a serra acaba e faz o rio uma curva, tem um grande formigueiro bem no pé de macaúbas.

Nele havia uma formiguinha, que tinha por nome Maroca, e ela estava insatisfeita com a forma do seu existir, tinha sempre a vontade de outros campos conhecer!
Um dia fez sua trouxinha, pôs um pano na cabeça
e saiu pela estrada para no mundo viver.

Depois de muito andar, pegou carona em um caminhão, cansada, adormeceu e depois de um bom tempo, acordou... Confusão!!! Apavorada ficou com toda a transformação, pois acordara bem longe; naquele imenso mundão, tudo era diferente, ali não havia capim, era só cimento e prédio, uma agitação muito grande e a coisa mais difícil era fazer ali um buraquinho.
 

O frio também era grande… e tremenda a solidão. Todos viviam correndo e poucos lhe davam atenção! E já nos primeiros dias, Maroca se arrependeu, e logo sentiu saudades de alguns amiguinhos seus. Da sua amiga Xiquita, o Xixito e o Janjão e esse último era especial, muito mais que um irmão. Seus amigos inseparáveis de aventuras de lá, e que na certa estavam naquelas horas por seus morros a brincar. Todo tempo ela pensava: Será que ainda vou voltar?

Agora já era tarde, nem sabia retornar, e havia muitas rotas e mapas não tinham lá! Em um dia solitário, conheceu ela o André, formigão que usava óculos, e também tinha por hobby colecionar binóculos. Ele era um boa pinta, todo cheio do saber, vivia todo arrumado, cheiroso e cheio dos ouros, só que ninguém explicava de onde vinha o seu tesouro.

Maroquinha solitária, coitadinha! Por ele se apaixonou e sem pensar duas vezes seu coração entregou! Apaixonada que estava viu o mundo todo ruir e se a vida era ruim, ficou pior por ali. Foi morar em um buraco, apertadinho que só, trabalhava dia e noite e o formigão André ficava só no gogó.
 

Passado já algum tempo Maroca começou a notar que seu corpo se transformara e seu bumbum a inchar! Ela criara agora asas e aprendeu a voar e na primeira oportunidade pra bem alto ela voou, e quando estava lá em cima, o seu rio pôde ver, e bem na beirada dele, resolveu ela descer. Tinha alguns desconhecidos e amigos ela pôde rever. Encontrou com a Xiquita, com Xixito e o Janjão e houve naquele dia uma grande animação. Teve comida da boa, danças e muito rojão. Mas, Maroca não estava só, veio com ela um batalhão, filharada que gerou com André, o malandro formigão. Uns até usavam óculos, pois com o pai se pareciam, mas, as boas maneiras com Maroca aprendiam. Passado algum tempo Janjão quis com ela casar e moram hoje em um buraco, o maior que tem por lá!

 

Sua família cresceu muito e se tornou multidão. Lá hoje ela é conhecida como o Formigueiro da Maroca e do seu amor Janjão!!!

 

Moral da história:
Nem sempre a formiga quando
quer se perder cria asas. Pode bem ser para que possa se encontrar.


...

 

 

 

 

 
Nasser Queiroga
Enviado por Nasser Queiroga em 19/02/2011
Reeditado em 10/06/2020
Código do texto: T2801388
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