TRISTE DECISÃO!

Gaspar, caminhava na frente de seus três irmãos, mais uma vez trabalho, catar latinhas e reciclado para ajudar sua família, ele detestava fazer isto, queria era ter ficado em casa, dormindo mas não, era advertido pelo pai que seus irmãos menores também ajudavam, e lhe dizia que o trabalho engrandece o homem , ele não queria saber desta conversa e para piorar, quando chegava cansado, ainda tinha que estudar, outra coisa que não gostava, mesmo sendo muito inteligente , seu desempenho era péssimo, escrevia e lia muito mal para um menino de dez anos, e ainda estava repetindo a terceira séria, seu irmão Gil de nova anos já tinha passado dele, mas ele nem se importava com isto, ainda seria rico, estudar para que? Mas no momento, não tinha escolha, tinha era que catar e catar,ele tinha muitos planos para deixar esta vida de pobreza, sua mãe Dona Senhorinha, lhe alertava sobre sua revolta e preguiça, que por mais que eles fossem pobres, eram honrados, trabalhavam dignamente para seu sustento, e que jamais encontraria em ouro local, tudo que ele tinha em seu lar, era amado por seus pais e irmãos, e que não se iludisse com trabalho e riqueza fácil , e tudo que tinha realmente valor, era conseguido com muito esforço.

Toda noite, antes der dormir, Gaspar ficava pensando em várias maneiras de fugir de casa, queria ir para cidade grande, o senhor Henrique sempre lhe convidava para ir com ele, dizendo que lá ele não teria mais que trabalhar catando lixo, que conseguiria um trabalho para ele, apenas de dia, e nem precisaria estudar, logo teria muito dinheiro, e seus pais nem precisariam saber de sua ajuda, ele iria escondido em seu carro.

Sua mãe preocupada , conversava toda noite com seu pai, sobre seu comportamento rebelde e preguiçoso, temia pelo filho, seu pai Andrus, dizia sempre a ela, um dia ele irá aprender que a vida não é do jeito que ele pensa, acordará. Mas Gaspar com a idéia fixa de ganhar dinheiro sem trabalhar, fugiu bem cedinho com Henrique, sem pensar em sua mãe, sua família, ia, era todo satisfeito, rumo á riqueza pensava ele. Só que nem tudo foi como ele imaginara, assim que saíram de perto onde moravam, logo teve que trabalhar, pois Henrique comprava e vendia ferro velho e sobrou para ele sair vendendo o produto em todo local que paravam, o menino já cansado, só queria saber era de dormir, no que o senhor foi logo lhe avisando: Não quero ajudante preguiçoso , se quiser comer e beber, que parasse de resmungar e fizesse o que ele mandava, no fim do primeiro dia de sua fuga, a noite, Gaspar recordou sua casinha simples, mas sempre limpinha e arejada, lá ele tinha uma rede para dormir, e agora estava deitado em um local sujo e com mal cheiro, e o almoço? Tinha sido péssimo, um horror, sem contar que teve muita sede durante toda a viajem, seu corpo todo doía, suas mãos estavam feridas de tanto carregar ferro velho, lembrou das palavras de sua mãe sobre dinheiro fácil, e se arrependeu de sua atitude, de ter escutado a conversa de estranhos, de ter deixado sua família que era unida em tudo, e agora? O que ele faria? Sabia que não estavam muito longe de sua cidade, e nem adiantava pedir par ir embora, esperou Henrique dormir e saiu bde mansinho, chegando na rua, procurou logo uma parada de ônibus, logo veio um, onde Gaspar contou para o motorista sua triste decisão, o mesmo, na hora se prontificou em ajudá-lo, deixando o menino bem pertinho de sua casa, aconselhando-o a pedir desculpas e reconhecer seu erro, o que não seria fácil para ele, pelo seu comportamento orgulhoso, mas teria que enfrentá-los. Ao chegar, encontrou sua mãe chorando inconsolável por sua fuga, o menino se jogou em seus braços chorando também junto com ela, pedindo desculpas, por seu ato egoísta, impensado e rebelde, seu pai apenas lhe perguntou se ele tinha aprendido a lição, no que ele envergonhado disse: Para sempre pai, para sempre.

No outro dia, bem cedo Gaspar recomeçava seu serviço de catador, mas em seu coração, não existia mais revolta nem ilusão, agora ele compreendia que era de trabalho digno que ele tanto precisava. Agradeceu a Deus e a sua família, por lhe amar, mesmo com suas imperfeições e mania de riqueza.

Escritora Dotthy
Enviado por Escritora Dotthy em 05/01/2011
Código do texto: T2711279