o último natal

Uma menina de treze anos naquele ano bem chuvoso ainda esperava por papai Noel.

Nem de longe imaginava que aquele seria o seu último natal. Que tal começarmos a contar como tudo se deu: a vida era difícil e o ano se passava mais suave em função de um único dia, aquele chamado dia do natal. Logo por meados de dezembro, modinhas natalinas, pedidos dentro do sapatinho na janela, e nos olhos aquele brilho que alcançava até o infinito.

Mas um, porém, ela estava fadada a ter o seu último natal em estilo bem minguado, quase um desacato para quem espera um ano inteirinho pelo “bom velinho”.

Eram sete irmãos, portanto cabeças tinham que cair para que o papai Noel alcançasse a sua meta na entregas de brinquedos, aquela menina não poderia jamais imaginar que era a vitima primeira, tão somente por ser a mais velha, a morte do mito seria certamente a sua morte, mas ela ousou em acreditar na bondade que habita nos corações dos homens e assim sendo, até hoje espera confiante pelo brinquedo que ficou para traz em seus tenros treze anos.

Paz na terra aos homens de boa vontade!