A formiguinha e a enxurrada
Em certos dias após as chuvas fortes, pode-se até passear pelas margens do rio.
E há folhas e folhas!... Algumas se abraçam com as areias úmidas e ficam presas até que venha nova enxurrada __ com os gravetos, pedaços de papel, paus de picolé, latinhas de refrigerante, óleos...
É sempre assim...
Não podemos nos meter nesta parte... Imaginem: Destruir os rios!... E erguia as mãos cansadas, concluindo: “Esses humanos sabem muita coisa... E há muita coisa neste mundo que não sabem explicar... Mas não percamos a noite por isso!...”
As formiguinhas, ao pé de uma fogueira acesa, ouviam a anciã__ numa voz curiosa, com um pauzinho riscando o chão, contando histórias de terror, lendas e suspenses...
Outras formigas, mais afastadas, batiam os pezinhos num ritmo certo... E dentro dessa música __as estrelas, a lua... Cochilando, cochilando...
Então, a fogueira, num jogo de luzes, brincou de trovão: Braamm, braamm, braamm... As formigas, muito apressadas, gritaram correndo: Olha a chuva!