Uma conversa com um garoto raposa
- Olá garota - diz ele, de capuz surrado e abaixado, passa andando por ela
- Olá raposa. Ei! Não se vá! - responde ela, de vestido soltinho. De linho. Até que arrumadinho. Ele volta andando com algo na mão.
- O que tens aí na mão, heim coração?
Ele abre a mão: um pontinho de luz roxo.
Ela chora de alegria
Um pontinho roxo!!! - Diz ela com olhinhos de vidro brilhando, viajando.
- Não um pontinho qualquer. Um aiodrome.
Olá, mestra. em que posso servi-la? - indaga o pontinho, brilhando mais forte quando fala.
Ah...eu quero um brigadeiro! - responde ela, aos saltinhos. O pontinho brilha um pouco em volta das mãos dela, aparece um brigadeiro. Que bonitinho!
Ela dá uma mordida.
Aaai q gostoso! É tão bom ter um aiodrome! - nos olhinhos de vidro voltou a aparecer o brilhinho.
- Bem, agora que você já tá feliz...tchau! - Diz ele. Sai andando.
- Nããão! Perai, tu ou o aiodrome ?
- Eu. eu não sou importante - responde ele, o metido a viajante. E depois disso fecha os olhos e sai andando. E ainda depois disso põe o capuz.
Ele escuta os passos dela correndo em sua direção. Para. Vira e abre os olhos. Os olhos estão prateados com a pupila vertical, que nem os de um gato [ ou de uma raposa] '. Finalmente, fala: - O que queres de mim?
E ela responde:
- Não vá. Fique comigo. Por que vai assim? O que eu te fiz ? Não gosta da minha companhia?
Ele ri: - Tá achando que eu sou a raposa do pequeno príncipe agora? Você não me fez nada, eu preciso ir, apesar de gostar da sua companhia, por que eu preciso te cativar."Tá, vamos dar uma de raposa do pequeno príncipe" pensa ele.
Ela segura ele. Ou o capuz dele.
- Não não...não te deixo ir. Fica comigo! - ela implora.
- Se eu ficar contigo parar sempre, você um dia irá cansar de minha companhia. mas se eu vou e volto, tu tem de aceitar minha ida e esperar minha volta, se aceita não surge revolta, mas fica a saudade na partida.
- Não gosto de sentir saudade - responde ela. E ele continua a partir daí:
- A saudade é o indicador de que algo ainda é importante... podes não gostar, mas é bom para saber que ainda gostas do que não está por perto. para saber que ainda te lembras do que já seguiu seu caminho, seja ele torto ou reto - ela tentou procurar ele, mas ele já tinha ido. Ficou a saudade a lhe fazer companhia até que ele voltasse.