O VENDEDOR DE PASTEL!!
Tico é um menino de dez anos, mas seu corpo físico parece ter sete, morava com sua mãe Singela e mais três irmãos menores, seu pai havia abandonado a família, e não deu mais noticias.
Desde este dia, junto com a mãe,ele assumiu as despesas de casa, todos os dias acordava bem cedo para ajudá-la na confecção dos pastéis, depois de pronto ele saia para vender, deixando para trás, seus estudos, brincadeiras e sua curta infância. Ele precisava ajudar sua família, sua mãe também vendia outras iguarias em casa.
Onde ele ia, sempre dizia: bom dia, hoje trago pastel com queijo e mortadela, feito pela minha mãe Singela,fazendo, ele agradava as pessoas,pois era muito educado, andava sempre bem limpo, pois sua mãe sempre lhe dizia que da aparência devia cuidar. Ao chegar em casa, se unia com a mãe para contarem a renda, para comprarem seus mantimentos.
Esta era a vida de Tico, já cedo tinha que trabalhar, mas ele era feliz, vivia sorrindo, sempre pensava que tinhas situações piores que a sua. Um dia parou em frente a um armazém, onde viu uma máquina de costura, ele lembrou que um dia sua mãe havia lhe dito que sabia costurar muito bem, na hora ele pensou: Se eu pudesse comprar esta máquina, ela vai poder trabalhar com costuras, não seria tão cansativo como a venda dos pastéis. Sendo assim precisava trabalhar mais,além das vendas, começou a perguntar aos donos da loja se eles não estava precisnado se ajudantes, ele fazia qualquer coisa,e foi aceito por três. Depois da venda dos pastéis, ele limpava as calçadas, jogava lixo, lavava copos, ganhando uns trocadinhos.
Sua mãe, ao perceber sua demora, perguntou o que estava acontecendo, ele sempre respondia, a venda está um pouco difícil mãe,(ele queria lhe fazer uma surpresa), pediu a ela para colocar outros doces para ajudar na venda do pastel assim ela fez.
Todas as tardes, antes de Tico voltar para sua casa, parava em frente ao armazém, para olhar a máquina, o dono ficava lá dentro observando a cena, que se repetia fazia tempo. Um dia foi lá fora, e perguntou a Tico, o por que dele ficar parado todos os dias em frente a sua loja, o menino contou sua história toda, que deixou senhor Jofre pensativo,lembrando de sua infância, que era muito parecida com a do menino, perguntou a ele: gostaria de trabalhar aqui? O menino disse sim na hora, mas explicou que só poderia ser na parte da tarde,depois que vendesse todos os pastéis, ele concordou.
No outro dia, Tico começou o novo serviço, que era deixar todos os produtos á venda sempre livres da poeira, seu pagamento ficava com o Jofre,para juntar na compra da máquina.
Sempre que Tico chegava para trabalhar, perguntava ao senhor Jofre: Falta muito para a compra? Ele dizia... Falta sim Tico, ainda não tem nem o inicio da primeira prestação, precisará de muito tempo de trabalho, o menino não se importava, sabia que um dia conseguiria ajudar a mãe a sair deste cansativo trabalho de acordar cedo para fazer os doces e salgados. Assim ele comparecia sempre para trabalhar,alegre, prestativo, sempre ajudando Jofre no que ele precisava.
Com a proximidade do Natal, o menino sempre pedia a Deus, que lhe desse saúde para cuidar de sua mãe e irmãos, pedia também ao bom velhinho Noel que lhe ajudasse com o presente para sua mãezinha.
No dia de Natal, após a hora do trabalho, se despediu do Jofre muito alegre, lhe desejando boas festas,o senhor perguntou o que eles iriam ceiar, ele respondeu, leite com chocolate e pão, Tico disse: E o senhor? Jofre respondeu que há muito tempo não comemorava nada, por que vivia só, sua família já era falecida, o menino o convidou, e Jofre ficou emocionado com aquele gesto, pois sabia que sua família, mal tinham para eles. O Dono agradeceu e Tico saiu.
Em sua casa, eles se reuniram para rezar e agradecer tudo que tinha, pois sabiam , que muitos não tinham nada naquela noite.
Mesmo eles não tendo presente para trocarem entre eles, comemoravam a união da pequena família. Ao baterem a porta, Tico foi atender e para seu espanto encontrou o seu patrão Jofre, com várias sacolas, e uma enorme caixa, o menino pediu para ele entrar, apresentando a mãe, contando naquele momento que com ele trabalhava.
Jofre, além de levar uma ceia completa de natal,levou também, a tão deseja máquina de costura para Singela, que não sabia se ria ou chorava, Tico ficou muito emocionado com aquele ato, olhando para seu patrão como se perguntasse por que? Jofre entendo, respondeu, hoje eu ganhei um valioso presente... Uma nova família, pois há muitos anos eu não tenho uma... Naquela noite mágica onde o sentimento de fraternidade reina no coração das pessoas, surgiu naquele homem solitário, que se identificava muito com o pequeno Tico.