A pequena sereiazinha
Cabelos dourados,
Lindos olhos castanhos
Aquela charmosa pintinha no rosto,
E uma cabecinha cheia de sonhos.
Assim era Iasmim,
Uma menina meiga,
Que adorava nadar,
E acreditava que em uma sereia
Um dia iria se transformar.
Quando tinha cinco anos,
Sua mamãe dirigia o carro,
Passeavam naquele ensolarado sábado,
As duas viajando lado a lado.
Mas algo deu errado,
E ao passar por uma ponte,
Sua mamãe perdeu o controle,
E o carro caiu no lago.
Ela foi encontrada desmaiada,
Nas margens daquele profundo lago,
Sua mãe foi dada como morta,
E seu corpo jamais encontrado.
Mas ela diz,
Que debaixo d’água,
Sua mãe tinha uma calda,
E como um peixe nadava.
Ninguém acreditava,
Diziam que aquela fantasia,
Deu-se pelo stress,
Daquele fatídico dia.
E o tempo passou,
A menina virou mocinha,
Já tinha quatorze anos,
Mas não se esquecera daquele dia.
Seu pai já não vivia,
Então morava com sua tia,
E sempre antes de entrar na água,
Dizia que uma calda nela cresceria.
Mas nunca acontecia,
E todos riam daquela pobre sereiazinha,
Que não estava feliz,
Em viver sem sua mãezinha.
Os dias passavam,
Ela adorava ver o mar,
Andar a noite na praia,
Seus pés sentir a maré molhar.
Visitava aquele lago,
Onde tudo aconteceu,
Nele nadava e se banhava,
Até que um dia se convenceu.
Não devo ser sereia,
Talvez tenha sido apenas um sonho,
E deitou-se ali cheia de tédio,
Na beira da piscina do colégio.
Um menino bem gordinho,
Escorregou perto da piscina,
Bateu com sua cabeça na borda,
E afundou ao lado da menina.
Ela pulou sem pensar,
Mergulhou até o fundo,
Foi o menino salvar,
Mas muito fraca não pode o agüentar.
Saiu pra tomar ar,
E pôs-se a gritar,
Mas não havia mais ninguém,
O menino iria se afogar.
Ela fechou seus olhos,
E lembrou de sua mamãe,
Ajude-me, por favor,
E novamente mergulhou.
O menino estava lá,
Ela o pegou por baixo dos braços,
Fez força pra levantar,
Mas ele era muito pesado.
E ela perdeu seu ar.
Algo então aconteceu,
A água mudou de cor,
Um forte brilho amarelo a cobriu,
E sua mamãe ali surgiu.
Mas não era uma sereia,
Ela tinha asas,
E trajava um lindo vestido branco,
Sua mamãe era um anjo.
Ela pegou o menino,
E o levou até a beira da piscina,
Ali ela o deixou,
E foi de encontro à menina.
Lá debaixo d’água,
Sua filha a abraçou,
E disse mamãe,
Não me deixe, por favor!
Sua mãe então chorou,
Você está livre,
Seu corpo irá desaparecer,
E um anjo também irá ser.
Não houve dor,
Apenas felicidade,
A menina virou um anjo lindo,
E junto com sua mamãe seguiu sorrindo.
Na escola, um milagre virou lenda,
Dizem que Iasmim aquela pequena,
Depois de salvar o menino,
Deixou de ser uma menina,
Virou sereia e seguiu seu destino.
Aquela pequena sereiazinha.