Jancivaldo e Osmarilho
Quando Jancivaldo era bem pequeno, morava um menino em seu prédio com quem ele brincava. O nome desse menino era Osmarilho. Jancivaldo e Osmarilho aprontavam mil e uma artes. Uma vez colocaram um pedaço de argila endurecida durante um churrasco e saíram gritando:
-Tem um cocô na piscina!
Todos os que estavam dentro da piscina saíram imediatamente. Mas, quando foram retirar o tal, descobriram que era apenas argila. E, obviamente, os dois pequenos ficaram de castigo.
Os dois sempre andavam juntos, quer espiando o vestiário feminino depois da apresentação de natação, quer indo à revistaria comprar figurinhas de futebol, quer qualquer outra dessas artes de meninos dessa idade.
Até adoeciam juntos, uma noite, um gato fez as necessidades na caixa de areia do playground e os dois foram lá brincar de montar castelos de areia. Como estavam muito entretidos, ou não viram a obra do animal, ou não ligaram e jogaram-na em algum canto qualquer. Acontece que havia larvas de Ancylostoma braziliense no meio das fezes do bichano, e as duas crianças pegaram bicho-geográfico.
O tempo passando e os meninos crescendo, chega um dia que nasce o irmão de Jancisvaldo, o qual (Jacisvaldo) ficou muito feliz e foi contar tudo para o amigo, e este o seguiu até o seu apartamento, a fim de ver o novo irmão de Jancisvaldo. Quando chegaram lá, o bebezinho estava adormecido no regaço de sua mãe, e Jancisvaldo disse:
-Aqui, Osmarilho, este é o meu irmãozinho, ele acabou de sair do hospital, está 0 km.
A mãe de Jancisvaldo não conseguiu conter o riso, o só depois de um pouco mais velho que ele foi entender o motivo do riso dela, mas, enquanto isso não acontecia, ele continuava aprontando com Osmarilho.
Por infelicidade do destino (do ponto de vista dos meninos), o pai de Osmarilho conseguiu uma promoção no emprego em que trabalhava, e teve que se mudar para uma cidade do interior. Jancisvaldo deu um bilhete de despedida com número do telefone de sua casa para Osmarilho, que partiu no dia seguinte, mas nunca ligou, não se sabe se por erro do remetente, ou por falta de interesse do destinatário.