Para um menino doente
E a noite encheu-se de sons.
Grilos cantando no muro da casa, corpinhos encolhidos entre os tijolos, roçando as asas... Uma contra a outra... Cantos suaves, em fases de cortejo tais seresteiros apaixonados pela lua a dedilhar “cri, cri, cri..!” em violões comprados dos pássaros canoros.
As formigas descendo nos troncos das árvores numa fila de soldadinhos e as folhinhas: flic, flic, flic... balançando-se no alto das antenas.
Chega uma abelha, meio apressada, cheira o jasmim, de olhos amarelos... “Este jardim... perto da janela... Um dia...”, levanta voo e atira-se no ar.
Misturam-se os risos das crianças, como uma melodia: trá lá lá lá _ pipocam olhares _ avós e tios, dizendo doçuras em presença dos pais.
As estrelas, cheias de luzes, acendem e apagam, brincando de meninos, enfeitando a rua, esticando a noite.
E os sons continuavam.
Da janela, debruçado no peitoril, olhinhos bem abertos, com um tênue sorriso, um menino resfriado...
... Numa expressão tão desejosa de brincadeiras e amigos que um vaga-lume penetra na sala sem ser notado...
... O que se segue é pura fantasia... Um menino pôde ser visto, cruzando a pracinha, sentado entre as asas dum pirilampo...!