O velho mamoeiro
Havia um pé de mamão
Velho e cansado
As chuvas quando vinham
Tentavam alegrá-lo
Porém aos prantos
Chuá, chuá, chuá
Suas folhas largas n’água choravam
Chegava o sol
Tinindo de alegria
Com os braços vermelhos de calor
E de propósito incidia sobre sua copa verde-amarelada
Queria ao menos vê-lo praguejar
De resposta, um dobrar das folhas
“Papaia... vermelhinho
Cor de fogo
Encarnadinho...!”
Um sanhaço-cinza joga
A cantoria no ar
“Mamão... mamãozinho...
Olha aqui um passarinho... “
Uma pausa. Morre-lhe o gorjeio.
Precisamente nesta hora
As folhas da árvore
Iam se vergando ao talo
Um bater de asas triste
Um voo irregular
Como se entortasse o vento
“Ai, meu velho amigo mamoeiro
Demorei a te visitar!”
“Seria um sonho?
A vida ainda vai me deixar encontrar o sanhaço
Aos cânticos em linda melodia
Fiv, fiv, fiufivi, fiufivi, fiv...
Em que eu balançava minhas folhas ao vento
Nas manhãs de sol?
Ah, achega-te meu passarinho!”
E o mamoeiro maravilha a natureza
Com o coraçãozinho batendo tal em datas menino
Erguendo o corpo para ganhar
A visita do amigo