AS VIDRAÇAS..

As vidraças da casa dele eram mel, e eram fel, pois quando amanhecia, sua mãe as abria, para "entrar a vida", assim mesmo ela dizia, "vamos abrir as vidraças, para entrar a vida, e o menino sorria, sentia paz.

A tarde, ou quando chovia, ela as fechava, e o menino, tornava-se triste, ocioso e muito infeliz...pois sabia que naquela hora ele deveria quase ir dormir, jantaria, à luz de velas, subiria a grande escadaria frontal e iria abrigar-se no quarto de dormir, junto com seus ursos de pelúcia e cavalinhos de pau e peões.

Pensaria nas vidraças tão bonitas e trancadas, e ao som do vento e de um estalado de beijo de boa noite de sua mãe: ele entraria no sono.

Quando amanhecesse aí sim, as vidraças novamente sorririam para ele, abertas fulgurantes, aos raios de sol, tão vicejantes.

O menino sentiria alegria, e correria para o pomar, onde se deliciaria com o sabor adocicado e natural das maçãs, goiabas e cerejas, sim e depois fugiria para as alamedas, que fulgurantes ultrajavam qualquer beleza, ele corria e sorria, e seu cachorro Bernardo latia.

De longe às vezes , el via que as vidraças já estavam fechadas, e não tardaria para sua mãe zelosa, gritar suavemente seu nome, para que o mesmo pudesse entrar, banhar-se...para em um jantar ao lado de seu pai, e mãe...poder sentir o gosto de uma família, muito feliz.

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 15/12/2009
Reeditado em 06/07/2024
Código do texto: T1979635
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